— Que iluminura é aquela, fugidia, Que o poente à beira-mar beija e incendeia? — É apenas a criação da fantasia: — São castelos na areia.
Andam, tontas de sol, brincando as crianças Como abelhas que voaram da colmeia. Erguem torreões fictícios de esperanças... São castelos na areia.
Ao canto de um jardim adormecido: "Por que não crês no afeto que me enleia? E as palavras que eu disse ao teu ouvido?" — São castelos na areia.
E o tempo vai tecendo, da desgraça, Na rota do destino, a eterna teia. — "E os beijos que trocamos?" — Tudo passa, São castelos na areia.
Coração! Por que bates com ansiedade? Que dor é a grande dor que te golpeia? Ouve as palavras da Fatalidade: Ventura, Amor, Sonho, Felicidade, São castelos na areia.
Raul Seixas (Salvador, 28 de junho de 1945 - São Paulo, 21 de agosto de 1989). Foi um cantor, compositor, produtor e músico brasileiro. Filho do engenheiro Raul Varella Seixas e da dona de casa Maria Eugênia Santos Seixas, Raul nasceu e cresceu na cidade de Salvador. Tinha um irmão, quatro anos mais novo, Plínio Seixas. Em casa, mergulhava nos livros que tinha à disposição, na biblioteca do pai.Seu gosto musical foi se moldando: primeiro, no rádio, acompanha o sucesso de Luiz Gonzaga, e nas viagens, onde acompanha o pai, ouve os matutos desfiarem repentes - e esta "raiz" nordestina nunca o abandonara. Porém, logo Raulzito (como era chamado em família) conheceu um estilo que influenciou muito sua vida: o Rock'n Roll. Teve contato com o Rock através do consulado norte-americano, que ficava próximo de sua casa. A partir daí, foram muitas horas diárias na loja "Cantinho da Música", ouvindo discos de rock e várias sessões nos cinemas, onde passou a apreciar as performances de Elvis Presley, de quem torna-se fã. Tão fã que assistiu vinte e oito vezes ao filme "O Prisioneiro do Rock" e chegou a fundar o "Elvis Presley Fã-Clube de Salvador".Sempre gostou também de clássicos do rock dos anos 50 e 60.Os biógrafos costumam dizer que Raul Seixas levou o rock às últimas consequências. Nos últimos anos de sua vida, mesmo sofrendo de pancreatite, ele não se afastou do consumo de exagerado de drogas e álcool. A doença levou à morte o Maluco Beleza aos 44 anos, no dia 21 de agosto de 1989. Para eles, a decadência perante o público, os problemas com empresários e gravadoras são problemas menores diante da sua relevância artística. Passados 21 anos, seus principais hits são conhecidos do grande público. O interesse pela obra de Raulzito reacende em novas gerações de fãs, que fazem questão de soltar a voz com o grito “Toca Raul”. Ainda hoje é possível ouvir o jargão em bares, pistas de dança e shows de rock.
Passos furtivos na escada Da minha imaginação. Sabendo-os frutos de nada São reais como os que são. Basta que os oiça e provocam A minha insónia de assalto. Se fujo, seguem-me, voam Se grito, gritam mais alto. Por favor, bom senso Não! É a resposta que eu não posso. De que me serve a razão Se não existe o que eu ouço?
Da margem esquerda da vida Parte uma ponte que vai Só até meio, perdida Num halo vago, que atrai. É pouco tudo o que eu vejo, Mas basta, por ser metade, Pra que eu me afogue em desejo Aquém do mar da vontade. Da outra margem, direita, A ponte parte também. Quem sabe se alguém ma espreita? Não a atravessa ninguém.
Tomas kinkade – O pintor da Luz e da Paz Thomas Kinkade nasceu em Sacramento, Califórnia, a 19 de Janeiro de 1958, tendo crescido na cidade de Placerville (California).
Vindo de uma família modesta, Kinkade procura obter a sua inspiração na fé cristã, transmitindo nas suas pinturas valores morais e religiosos.
É chamado por vezes o “pintor da luz” devido ao facto da maior parte do seu trabalho se centrar sobre a luz, embora segundo ele este epíteto inclui também uma dimensão moral.
Uma casa de campo, um chalé de madeira, uma capela no nascer do sol… cada cenário cria um sentimento de paz e serenidade.
Os seus quadros têm cores vibrantes, muita luz e brilho intenso, retratam imagens bucólicas de jardins, rios, casas de campo, ou florestas.
Jamais imaginei o que seria meu destino, guardou em suas mãos segredos... A vida estava visível como algo cristalino, eu nada vi, devido aos meus medos.
Vendaval forte passou, cruel desatino, já não falo, apenas murmuro, dentro do meu peito lágrimas eu confino, minha voz já não sai, alma vive no escuro.
Vida, fez dela tristeza, um brinquedo, meu céu sem estrelas e sem luz, tormento, nada quero, tento manter meu segredo.
Da vida só espero a morte, pela tela do sonho, dor e sofrimento arrasto-me perdida a mercê da sorte.
É tempo que o mundo cinzento se transforme num jardim de amor que o céu de um Azul claro raiado pelo Sol suprima a minha dor... É tempo que esta máscara corroída pelo tempo volte a sorrir num sorriso constante para que te possa amar e possuir... É tempo de não deixar passar o tempo semear o teu jardim germinar uma flor suspirar no teu perfume Abraçar o teu amor... Manuel Marques
A imaginação do Homem, não tem limites. ... desconheço o autor destas foto-montagens, mas tal não me impede de o reconhecer como grande artista no mundo do design.Não há quem não goste de flores. E há mesmo pessoas que tornam-se flores, para nós, em suas atitudes no dia a dia… Talvez por isso, a criatividade faça-nos dar asas à imaginação!Eis algumas imagens onde podemos apreciar o efeito final…
Nascido e criado na cidade mineira de Itabira, Carlos Drummond de Andrade levaria por toda a sua vida, como um de seus mais recorrentes temas, a saudade da infância. Precisou deixar para trás sua cidade natal ao partir para estudar em Friburgo e Belo Horizonte.Formou-se em Farmácia, atendendo a insistência da família em graduar-se. Trabalha em Belo Horizonte como redator em jornais locais até mudar-se para o Rio de Janeiro, em 1934, para atuar como chefe de gabinete de Gustavo Capanema, então nomeado novo Ministro da Educação e Saúde Pública.Em 1930, seu livro "Alguma Poesia" foi o marco da segunda fase do Modernismo brasileiro. O autor demonstrava grande amadurecimento e reafirmava sua distância dos tradicionalistas com o uso da linguagem coloquial, que já começava a ser aceita pelos leitores. Drummond também falava sobre temas como o desajustamento do indivíduo, ou as preocupações sócio-políticas da época, como em “A Rosa do Povo” (1945). Apesar de serem temas fortes, ele conseguia encontrar leveza para manter sua escrita com humor e uma sóbria ironia.Produzindo até o fim da vida, Carlos Drummond de Andrade deixou uma vasta obra. Quando faleceu,17 em agosto de 1987, já havia destacado seu nome na literatura mundial. Com seus mais de 80 anos, considerava-se um "sobrevivente", como destaca no poema "Declaração de juízo".
ENFEITE-SE
Enfeite-se com margaridas e ternuras E escove a alma com flores Com leves fricções de esperança De alma escovada e coração acelerado Saia do quintal de si mesmo E descubra o próprio jardim.
SEU SANTO NOME
Não facilite com a palavra amor. Não a jogue no espaço, bolha de sabão. Não se inebrie com o seu engalanado som. Não a empregue sem razão acima de toda razão (e é raro). Não brinque, não experimente, não cometa a loucura sem remissão de espalhar aos quatro ventos do mundo essa palavra que é toda sigilo e nudez, perfeição e exílio na Terra. Não a pronuncie.
FÁCIL É DAR UM BEIJO...
Fácil é dar um beijo. Difícil é entregar a alma, sinceramente, por inteiro.
ALÉM DA TERRA, ALÉM DO CÉU
Além da Terra, além do Céu, no trampolim do sem-fim das estrelas, no rastro dos astros, na magnólia das nebulosas. Além, muito além do sistema solar, até onde alcançam o pensamento e o coração, vamos! vamos conjugar o verbo fundamental essencial, o verbo transcendente, acima das gramáticas e do medo e da moeda e da política, o verbo sempreamar, o verbo pluriamar, razão de ser e de viver.
Na Praça da Figueira,ou no Jardim da Estrela, num fogareiro aceso é que ele arde. Ao canto do Outono,à esquina do Inverno, o homem das castanhas é eterno.
Não tem eira nem beira, nem guarida, e apregoa como um desafio. É um cartucho pardo a sua vida, e, se não mata a fome, mata o frio.
Um carro que se empurra, um chapéu esburacado, no peito uma castanha que não arde. Tem a chuva nos olhos e tem o ar cansado o homem que apregoa ao fim da tarde.
Ao pé dum candeeiro acaba o dia, voz rouca com o travo da pobreza. Apregoa pedaços de alegria, e à noite vai dormir com a tristeza.
Quem quer quentes e boas, quentinhas? A estalarem cinzentas, na brasa. Quem quer quentes e boas, quentinhas? Quem compra leva mais calor p'ra casa.
A mágoa que transporta a miséria ambulante, passeia na cidade o dia inteiro. É como se empurrasse o Outono diante; é como se empurrasse o nevoeiro.
Quem sabe a desventura do seu fado? Quem olha para o homem das castanhas? Nunca ninguém pensou que ali ao lado ardem no fogareiro dores tamanhas.
Quem quer quentes e boas, quentinhas? A estalarem cinzentas, na brasa. Quem quer quentes e boas, quentinhas? Quem compra leva mais amor p'ra casa.
Lá em cima, no ar Sobre a monotonia de estas casas Sulcando, sereníssimas, os céus, Abrem a larga rima das suas asas, Lenços brancos do azul, dizendo adeus Ao vento e ao mar. . Eu fico a vê-las E meus olhos, de as verem, vão partindo E fugindo com elas; E a segui-las eu penso, Enquanto o olhar no azul se espraia e prega, Que há uma graça, que há um sonho imenso Em tudo o que flutua e que navega… . Para onde se desterram as gaivotas, Contra o vento vogando, altas e belas, Essas voantes e pairantes frotas, Essas vivas e alvas caravelas? . Vão para longe… E lá desaparecem, Ao largo, por detrás do monte; E os nossos olhos olham e entristecem Com as vagas saudades que merecem As coisas que se somem no horizonte! . Afonso Lopes Vieira
Júlio Maria dos Reis Pereira nasceu em Vila do Conde a 01 de Novembro de 1902 onde faleceu em 1983. Já adolescente mostrava uma clara apetência pela cultura, publicando poemas num Semanário da sua terra. Em 1919 matricula-se em Engenharia na Faculdade de Ciências do Porto (concluído em 1928). Entretanto, matricula-se também na Escola de Belas-Artes dessa cidade, já que a sua paixão eram as belas-artes.No decurso da década de 20 colabora no grafismo de obras de seu irmão, José Régio, desenha para obras deste e para a “Presença”. Em 1935 realiza na Sociedade Nacional de Belas-Artes a primeira exposição individual. No ano de 1932 publica, sob o pseudônimo de Saúl Dias, um livro de poesia intitulado “... mais e mais...”. Em 1936 vai trabalhar para a Direção dos Edifícios e Monumentos Nacionais de Coimbra. No entanto, logo em 1937, vai para a Direção sita em Évora, cidade onde vive e trabalha até 1972, ano em que regressa a Vila do Conde.No ano de 1936 participa na Exposição dos Artistas Modernos Independentes (com o pseudônimo "Júlio"), figurando ao lado de artistas plásticos como Almada Negreiros e Vieira da Silva.
SÓ PORQUE ME SORRISTE
Só porque me sorriste nessa tarde o sol inundou a cidade.
E no meio do asfalto, entre o rumor dos táxis, surgiram de repente árvores agrestes cheias de flores e pássaros.
MENINO
A folha da árvore que rola. A névoa fria que se evola.
O veio de água fino e verde. A cantilena que se perde.
O cão vadio que nos olha e nos entende...
A isto o menino, sério, atende ao ir p'r'a escola.
TARDES NO MEU JARDIM
tão lúcidas, quietas, quase inquietas, com pequeninos sóis em cada pétala molhada, com sombras fugidias... (Tal os dias sumindo-se um a um...)
E as canções que não foram cantadas? E as rosas decepadas pelo simum? E os riscos na parede? E a sede numa taça vazia?
Em 16 de agosto de 1977, o mundo perdia Elvis Presley. Ele é o maior vendedor de discos e cd's de todos os tempos, estima-se que já tenha alcançado a marca de 2 bilhões de discos (mídia vinil e cd juntos). Já reparou que ele sempre está em evidência?
Are You Lonesome Tonight?
Você Está Solitária Esta Noite?"
Você está solitária esta noite? Você teve saudades de mim esta noite? Você está arrependida de ter-mos nos separado? Suas memórias se perdem em dias felizes e ensolarados quando eu te beijava e te chamava de querida? As cadeiras em sua sala de estar parecem vazias e gastas? Você olha os degraus de sua porta e me imagina lá? Seu coração está cheio de dor? Devo eu voltar outra vez? Diga-me querida, você está solitária esta noite?
Eu imagino se você está solitária hoje a noite. Você sabe, alguém disse que "o mundo é um palco e cada um de nós deve fazer sua parte" O destino me pegou apostando no amor com você como minha amada. O primeiro ato foi quando nos conhecemos, eu te amei à primeira vista.
Você lia suas falas tão habilmente e nunca perdeu uma deixa e então veio o ato dois. Você pareceu mudar; agiu estranhamente, e por quê? Eu nunca saberei. Amor, você mentia quando dizia que me amava, e eu não tinha porque duvidar. No entanto eu preferiria continuar ouvindo suas mentiras à viver sem você. Agora o palco está vazio e estou parado aqui com a solidão ao meu redor E se você não voltar para mim, então, faça-os abaixar as cortinas.
Seu coração está cheio de dor? Devo eu voltar outra vez? Diga-me querida, você está solitária esta noite? ...
Andei assistindo... FLOR DO DESERTO Elenco: Liya Kebede, Sally Hawkins, Craig Parkinson, Meera Syal. Gênero: Drama
Sinopse:
Baseado no Best Seller "Desert Flower", é a autobiografia da modelo somali Waris Dirie (Liya Kebede), circuncidada aos cinco anos e vendida para um casamento arranjado aos treze anos. A garota fugiu, atravessando o deserto por dias até chegar a Mogadishu, capital da Somália, onde passou o resto da adolescência sem ser alfabetizada. Ao chegar em Londres, depois de passar por grandes dificuldades mais uma vez, foi descoberta pelo fotógrafo Terry Donaldson ao vê-la trabalhando na limpeza em um Restaurante Fast Food. Donaldson a levou para os Estados Unidos, onde se tornou uma modelo mundialmente conhecida, além de ser embaixadora da ONU no Combate à Mutilação Genital Feminina.
Um filme aterrador. Emocionante. Angustioso. Cheio de vida e esperança!
A história de vida da modelo Waris Dirie é uma soma de realidade + sonho + humor, transformando-a num exemplo de determinação à vida.Pego-me, sempre, lembrando de tudo aquilo que vi. E olhe que, com tanta bagagem de história, dor e emoção, achei ainda que o filme poderia ser mais denso. Um drama mais pesado. Mais forte. Mais seco. Mais duro. Por outro lado, acredito que o Diretor tenha tentado atenuar o peso da realidade de Waris, visto que abrange um tema polêmico, inaceitável e dolorido: a circuncisão feminina.É impossível acreditar que uma mulher assistindo à este filme, "não se importe". É inimaginável que uma mulher absorvendo toda esta história, não se comova ao ponto de pensar: "...isso tem muito à ver comigo". Assisti. Assistirei sempre que possível. Me deu uma compreensão maior ao drama vivido por mulheres como a Waris. E quanto à ela, será sempre uma motivação de vida para mim. Esteja nas passarelas ou como embaixadora da ONU. Que outras vozes femininas se levantem. Que outras mulheres não se submetam mais!
Gosto de pessoas doces, gosto de situações claras - e por tudo isso, ando cada vez mais só. Subi correndo no primeiro bonde, sem esperar que parasse, sem saber para onde ia. Meu caminho, pensei confuso, meu caminho não cabe nos trilhos de um bonde.