VISITANTES
sábado, 28 de novembro de 2009
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
AÇÃO DE GRAÇAS

Ação de Graças
É maravilhoso, Senhor, ter braços perfeitos...
Quando há tantos mutilados...
Meus olhos tão perfeitos...
Quando há tantos sem luz
Minha voz que canta...
Quando há tantos que emudecem!
Minhas mãos, que trabalham...
Quando há tantos que mendigam.
É maravilhoso voltar para casa
Quando tantos não têm para onde ir...
É maravilhoso amar,
Viver, sorrir, sonhar...
Quando há tantos que choram, odeiam,
Envolvem-se em pesadelos, morrem,
Até antes de nascer!
É maravilhoso ter um Deus para crer,
Quando há tantos que não crêem,
Tantos sem consolo de uma crença.
“É maravilhoso, Senhor, sobretudo,
ter tão pouco a pedir e tanto a agradecer”.
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
MOMENTOS

Momentos
Tem momentos que bate uma tristeza
No coração tantas incertezas
Que dá vontade de chorar
Sair por ai, sem rumo a andar
Tem momentos que bate uma agonia
Viver é percorrer dura travessia
Dá um aperto no coração
Abate intensamente a solidão.
Tem momentos que existir é uma necessidade
Pois o que queremos na verdade
E sumir e não deixar paradeiro
Para esconder-se do mundo inteiro.
Tem momentos que perde o prazer
A alma anseia por se esconder
Sente a dor espinhar o peito
A vida torna-se um branco e preto
Tem momentos que nada faz sentido
Pois tudo perde o colorido
Nada é capaz de alegrar os sentimentos
Então, resta esperar para outro momento.
*Ataíde Lemos*
MINHA LIRA

MINHA LIRA
A um poeta
Aqueles versos nobres, eficientes,
Ofertados a mim por amizade,
São masdeválias róscidas, virentes,
E refletem a luz de uma verdade.
Busquei em vão estrofes resplendentes
Para te agradecer tanta bondade;
Mas para galgar píncaros luzentes,
A pobreza é o grilhão de uma vontade.
Como não tenho pérola ou pepita,
E sei que repudias a vaidade,
Falo ao teu coração que me acredita:
_ Minha lira é sem luz, sem claridade...
É amor que dentro d´alma canta, grita...
É o soluçar dorido da Saudade!
Tito Pereira
O CISNE

O cisne
Este sacrifício de avançar
pelos feixes do irrealizado
lembra um cisne, altivo a caminhar.
E a morte – esse nada mais buscar
do chão diariamente repisado –
lembra a sua angustia de pousar
sobre as águas que o recebem mansas
e cedem sob ele, em suaves tranças
de marolas que cercá-lo vem;
enquanto ele, calmo e independente,
segue sempre majestosamente
como ao seu capricho lhe convém.
Rainer Maria Rilke
In: Poemas ,1958
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
SOLITÁRIO

Como um fantasma que se refugia
Na solidão da natureza morta,
Por trás dos ermos túmulos, um dia,
Eu fui refugiar-me à tua porta!
Fazia frio e o frio que fazia
Não era esse que a carne nos conforta...
Cortava assim como em carniçaria
O aço das facas incisivas corta!
Mas tu não vieste ver minha Desgraça!
E eu saí, como quem tudo repele,
- Velho caixão a carregar destroços -
Levando apenas na tumbal carcaça
O pergaminho singular da pele
E o chocalho fatídico dos ossos!
Augusto dos Anjos
DOIS LOUCOS NO BAIRRO
O TEMPO PASSA? NÃO PASSA

O TEMPO PASSA? NÃO PASSA
O tempo passa? Não passa
no abismo do coração.
Lá dentro, perdura a graça
do amor, florindo em canção.
O tempo nos aproxima
cada vez mais, nos reduz
a um só verso e uma rima
de mãos e olhos, na luz.
Não há tempo consumido
nem tempo a economizar.
O tempo é todo vestido
de amor e tempo de amar.
O meu tempo e o teu, amada,
transcendem qualquer medida.
Além do amor, não há nada,
amar é o sumo da vida.
São mitos de calendário
tanto o ontem como o agora,
e o teu aniversário
é um nascer toda a hora.
E nosso amor, que brotou
do tempo, não tem idade,
pois só quem ama escutou
o apelo da eternidade.
(Carlos Drummond de Andrade)
terça-feira, 24 de novembro de 2009
ALWAYS ON MY MIND - Elvis Presley -
Sempre em Meus Pensamentos
Talvez eu não tenha te amado
Com tanta frequência quanto poderia
Talvez eu não tenha te tratado
Tão bem quanto deveria
E se eu fiz você se sentir a segunda melhor
Garota, desculpa, eu estava mentindo
Você sempre estava em meus pensamentos
Você sempre estava em meus pensamentos
E talvez eu não te abracei
Todos aqueles momentos solitários
E eu acho que nunca te disse
Que sou muito feliz por você ser minha
Pequenas coisas que eu deveria ter dito e feito
Eu simplesmente nunca me dei ao trabalho
Você sempre estava em meus pensamentos
Você sempre estava em meus pensamentos
Diga-me,
Diga-me que seu doce amor não morreu
Me dê
Me dê mais uma chance
De te manter satisfeita
Eu te manterei satisfeita
Pequenas coisas
Que eu deveria ter dito e feito
Eu simplesmente nunca me dei o trabalho
Você sempre estava em meus pensamentos
Você sempre estava em meus pensamentos
AO SOM DE UM SAX

AO SOM DE UM SAX
Entranhas apertadas
ao som de um sax
percorro espaços imaginários
desejando o momento sonhado
Sinto um eco no imenso vazio
busco o fio da meada
que obscurecido se encontra
no voar dos véus
de um tempo remoto
que tento descobrir,
mas que flutua
ao som de um sax.
Eu sinto e tento alcançar,
mas é tudo tão físico
como a melodia em notas escritas
entoando...
ao som de um sax.
O completo se esconde no etéreo
posso sentir mas não alcançar,
o físico impede a sublimação,
mesmo ao som de um sax.
Instrumento que me eleva
ao entoar a perfeita melodia
desprendo-me da matéria
e flutuo ao som de um sax.
AMARILIS PAZINI AIRES
DO OUTRO MUNDO
"A animação que você vê acima foi inspirada no conto "De outro mundo" da série "Causos de João Furtuoso", criada por Diocléio Lopes para Zero Hora. Publicados ao longo da Semana Farroupilha, os causos são uma homenagem às pessoas e tradições do Rio Grande do Sul.
O curta foi realizado em cerca de um mês, com a participação do ilustrador Godinho, que fez a adaptação do roteiro e ilustração, do editor de Arte online, Marcos Borges, e do ilustrador Guilherme Gonçalves, que ficaram responsáveis pela animação. A trilhae efietos de áudio foi feita pelo compositor da RBS TV Jean Presser"
Animação originalmente publicada no site do jornal Zero Hora, de Porto Alegre.
Parabéns equipe da Zero Hora!
Fonte do video e do conto:
http://www.clicrbs.com.br/especial/rs/regionalismo/19,0,2658800,Contos-Gauchescos-De-outro-mundo.html
OS SILÊNCIOS DA FALA

Os silêncios da fala
Não entendo os silêncios
que tu fazes
nem aquilo que espreitas
só comigo
Se escondes a imagem
e a palavra
e adivinhas aquilo
que não digo
Se te calas
eu oiço e eu invento
Se tu foges
eu sei não te persigo
Estendo-te as mãos
dou-te a minha alma
e continuo a querer
ficar contigo.
Maria Teresa Horta
Meu protesto pela presença de Ahmadinejad no Brasil
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
O QUE TE TRAGO

O que te trago!
Trago-te versos,
Por certo querias beijos,
Mas trago-te versos,
Pois carregam mais que ensejos!
Trago-te meus versos,
Pois neles estão meus desejos,
Trago-te em versos,
Todos os meus beijos!
Trago-te versos,
Que saíram de além mar,
Trago-te versos,
Onde conjugo o verbo amar!
Pois trago-te versos,
Carentes e a suar,
Trago-te versos,
Sedentos por te beijar!
*Santaroza*
RUÍNA

Ruína
Sem encontrar-se.
Viajante pelo seu próprio torso branco.
Assim ia o ar.
Logo se viu que a lua
era uma caveira de cavalo
e o ar uma maçã escura.
Detrás da janela,
com látegos e luzes se sentia
a luta da areia contra a água.
Eu vi chegarem as ervas
e lhes lancei um cordeiro que balia
sob seus dentezinhos e lancetas.
Voava dentro de uma gota
a casca de pluma e celulóide
da primeira pomba.
As nuvens, em manada,
ficaram adormecidas contemplando
o duelo das rochas contra a aurora.
Vêm as ervas, filho;
já soam suas espadas de saliva
pelo céu vazio.
Minha mão, amor. As ervas!
Pelos cristais partidos da morada
o sangue desatou suas cabeleiras.
Tu somente e eu ficamos;
prepara teu esqueleto para o ar.
Eu só e tu ficamos.
Prepara teu esqueleto;
é preciso ir buscar depressa, amor, depressa,
nosso perfil sem sonho.
Federico García Lorca
NÃO POSSO ADIAR O AMOR

Não posso adiar o amor
Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob as montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este braço
que é uma arma de dois gumes amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração.
António Ramos Rosa
domingo, 22 de novembro de 2009
COMO SE FOSSE UM BEIJO...
INTERLÚDIO

Interlúdio
As palavras estão muito ditas
e o mundo muito pensado.
Fico ao teu lado.
Não me digas que há futuro
nem passado.
Deixa o presente — claro muro
sem coisas escritas.
Deixa o presente. Não fales,
Não me expliques o presente,
pois é tudo demasiado.
Em águas de eternamente,
o cometa dos meus males
afunda, desarvorado.
Fico ao teu lado.
Cecilia Meireles
NO SILÊNCIO DO INFERNO
Assinar:
Postagens (Atom)