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sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Deveríamos...
Entrada De Primavera

O vento quente zune toda a noite,
pesadamente rufla a sua asa molhada.
Aves pernaltas titubeiam no ar.
Nada mais dorme:
toda a terra está acordada,
a primavera chama.
Fica quieto coração, fica quieto!
Mesmo que densa e íntima no sangue
agite-se a paixão
e caminhos antigos te seduzam:
de volta à juventude
teus caminhos jamais te levarão.
Hermann Hesse
In Andares
Tradução de Geir Campos
Desenho

Árvore da noite
Com ramos azuis
Até o horizonte.
Estendi meus braços,
E apenas achei
Nevoeiros esparsos.
O resto era sonhos
No profundo fim
Da vida e da noite.
A memória em pranto
Os ramos azuis
Fica procurando
E de olhos fechados
Vejo longe, sós,
Meus alados braços.
Ó noite, azul, árvore ...
Suspiro a subir
Muro de saudade!
Cecília Meireles
In Retrato Natural
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
A Tua Voz Na Primavera

A tua voz na primavera
Manto de seda azul, o céu reflete
Quanta alegria na minha alma vai!
Tenho os meus lábios úmidos: tomai
A flor e o mel que a vida nos promete!
Sinfonia de luz meu corpo não repete
O ritmo e a cor dum mesmo beijo... olhai!
Iguala o sol que sempre às ondas cai,
Sem que a visão dos poentes se complete!
Meus pequeninos seios cor-de-rosa,
Se os roça ou prende a tua mão nervosa,
Têm a firmeza elástica dos gamos...
Para os teus beijos, sensual, flori!
E amendoeira em flor, só ofereço os ramos,
Só me exalto e sou linda para ti!
(Florbela Espanca)
Simplesmente Saudade
Canção da Primavera

Primavera cruza o rio
Cruza o sonho que tu sonhas.
Na cidade adormecida
Primavera vem chegando.
Catavento enloqueceu,
Ficou girando, girando.
Em torno do catavento
Dancemos todos em bando.
Dancemos todos, dancemos,
Amadas, Mortos, Amigos,
Dancemos todos até
Não mais saber-se o motivo...
Até que as paineiras tenham
Por sobre os muros florido!
Mario Quintana
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Meu Anjo

Vem! Seja meu anjo
Enquanto é dia
Enquanto há luz
Leva-me pra ver o mar
E quando as ondas entoarem cânticos
As andorinhas sobrevoarem os céus
Navios com sonhos naufragados regressarem
Fala-me dos jardins
Lembra-me dos lírios brancos
Fala-me da fé que move a vida
Fala-me do amor...
Segura a minha mão
Seja Meu Anjo.
Arnalda Rabelo
Quero...

Quero que todos os dias do ano
todos os dias da vida
de meia em meia hora
de 5 em 5 minutos
me digas: Eu te amo.
Ouvindo-te dizer: Eu te amo,
creio, no momento, que sou amado.
No momento anterior
e no seguinte,
como sabê-lo?
Quero que me repitas até a exaustão
que me amas que me amas que me amas.
Do contrário evapora-se a amação
pois ao não dizer: Eu te amo,
desmentes
apagas
teu amor por mim.
...
_Carlos Drummond de Andrade_
terça-feira, 21 de setembro de 2010
QUISERA EU...

Quisera eu escrever-te um sonho
Uma alegria
Enviar-te como poesia
Quisera eu perfumar o dia
com palavras
acarinhadas, renovadas
no papel
na cor
no sabor
Quisera eu
Mudar o rumo do vento
Encontrar teu pensamento
Tocar teu coração
como uma cançao
Nele habitar
Fazer morada
Construir um castelo
nas cores do arco-íris
Quisera eu...
Arnalda Rabelo
UM DEUS ALADO

Os deuses o trouxeram a mim
nas asas do horizonte
vestido de paixão
com promessas divinas,
desatando os laços que nos prende à razão
Trilhas o tempo em carruagem de luz
orquestrando a sinfonia
que emana do universo
num aroma cego e silencioso
E nosso encontro acontece
no tempo que me vejo
sob os raios derradeiros
das tardes sonolentas,
trocadas pela noite calma do teu amor.
Conceição Bentes
QUE TEMPO NÃO SEJA
AMAR
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
VIVA O RIO GRANDE DO SUL
GAÚCHOS, PARABÉNS PELO SEU DIA

NO CLAMOR DA LIBERDADE
SÃO RESQUICIOS DE SAUDADE
DE UM POVO APAIXONADO
QUE AMA SUA QUERÊNCIA
ONDE AS CORES DA EXISTÊNCIA
SÃO O BRANCO E O COLORADO
LA NOS BAILES NA FAZENDA
ONDE O PEÃO E A PRENDA
DE BAIXO DE UM CÉU AZUL
DEIXAM ROLAR A PAIXÃO
E BRINDAM COM O CHIMARRÃO
VIVA O RIO GRANDE DO SUL.
VAINER OLIVEIRA DE ÁVILA

NO CLAMOR DA LIBERDADE
SÃO RESQUICIOS DE SAUDADE
DE UM POVO APAIXONADO
QUE AMA SUA QUERÊNCIA
ONDE AS CORES DA EXISTÊNCIA
SÃO O BRANCO E O COLORADO
LA NOS BAILES NA FAZENDA
ONDE O PEÃO E A PRENDA
DE BAIXO DE UM CÉU AZUL
DEIXAM ROLAR A PAIXÃO
E BRINDAM COM O CHIMARRÃO
VIVA O RIO GRANDE DO SUL.
VAINER OLIVEIRA DE ÁVILA

Lembrança do Velho Pai

- Lembro do velho pai,
Gaúcho de nascimento
usando bombachas largas,
chapéu e boina negra.
- E no clarear do dia,
sentado a beira de um fogo de chão,
cevará o mate amargo,
da tradição.

- E o velho pai,
que na lida campeira,
usava laço e boleadeiras,
para laçar o gado redomão.
- E ao cair da tarde,
tomava um trago de canha
para tirar o pó da garganta,
para cantar e tocar
xote, bugio e vaneirão.
- Tu que foste orgulho dos gaúchos,
lutaste em todos os pagos,
sem deixar cair o afago
que tinhas dentro de ti.
- Partiste para o céu,
deixando aqui teu filho
fiel e amigo
com o coração cheio de saudade
mas não importa a eternidade
mandarei rezar uma prece
à Virgem Maria, que lhe oferece,
e que te abençoes todos os dias
com seu santo véu sagrado
lá na estância do céu.

- Mas, pra fim de conversa
vou te dizer velho pai,
tu que me ensinaste o caminho
da verdade
e me deste tantas felicidades
e hoje só me restam recordações.
Jack Jean Pierrô Venturini
(versos gauchescos)
CHIMARRÃO

DO CHIMARRÃO
NO TRANQUITO SEM ALARDE
ÁGUA DO POÇO DE BALDE
BOTA FOGO NO TIÇÃO
É DEPOIS DO CANTAR DO GALO
ENCHE DE ERVA ATÉ O GARGALO
QUE IMPORTA SE O CACHORRO LATE
E QUE ESCARAMUCE O POTRO
ERVA PRUM LADO ÁGUA PRO OUTRO
E ESTÁ PRONTO O MATE.
É NA FRENTE DO RANCHO
SOBREVOA O CARANCHO
NO DOMINGO É ALEGRIA
PALHEIRO DE FUMO PRETO
LINGUIÇA E CARNE NO ESPETO
PRA FESTANÇA DE MEIO DIA
O SÍMBOLO DA AMIZADE
E QUE SELA A IGUALDADE
ENTRE CADA IRMÃO
E CADA VEZ MAIS SE EXPANDE
NOS 4 QUANTOS DO RIO GRANDE
TEM RODA DE CHIMARRÃO.
VAINER OLIVEIRA DE ÁVILA
20 de Setembro de 1835 - Início da Revolução Farroupilha

Hoje é a data máxima para os gaúchos. Neste dia eles celebram os ideais da Revolução Farroupilha.
O Rio Grande do Sul foi palco das disputas entre portugueses e espanhóis desde o século XVII. Na idéia dos líderes locais, o fim dos conflitos deveria inspirar o governo central a incentivar o crescimento econômico do sul, como pagamento às gerações de famílias que se voltaram para a defesa do país desde há muito tempo. Mas não foi isso que ocorreu.A Revolução Farroupilha, também é chamada de Guerra dos Farrapos ou Decênio Heróico (1835-1845), eclodiu no RS e configurou-se, na mais longa revolta brasileira.O estado do Rio Grande do Sul vivia basicamente da pecuária extensiva e da produção de charque, que era vendido para outras regiões do País. No início do século XIX, a taxação sobre o charque gaúcho tornava o produto pouco competitivo, e logo o charque proveniente do Uruguai e da Argentina passou a abastecer esta demanda. Alguns estancieiros, em sua maioria militares, propuseram ao Império Brasileiro (na época governado pelo Regente Feijó), novas alíquotas para seu produto, a fim de retomar o mercado perdido para os vizinhos do Prata. A resposta não foi nada satisfatória. Indignados com o descaso da Corte e cansados de ser usados como escudo em várias guerras na região, os gaúchos pegaram em armas contra o Império.Um dos pontos altos foi a tomada de Laguna, em Santa Catarina com a ajuda do italiano Giuseppe Garibaldi, em 1839. Finalmente os farroupilhas tinham um porto de mar. Ali foi fundada a República Juliana (15 de julho de 1839). Após dez anos de batalhas, com Bento Gonçalves já afastado da liderança e com as tropas já muito desgastadas, os farrapos aceitam negociar a paz. Em fevereiro do 1845 é então selada a paz em Poncho Verde, conduzida pelo general Luís Alves de Lima e Silva. Muitas das reivindicações dos gaúchos foram atendidas e a paz voltou a reinar no Brasil.Entre os principais líderes, destacam-se: Bento Gonçalves, Davi Canabarro, Giuseppe Garibaldi, Antônio de Souza Neto, Gomes Jardim e Lucas de Oliveira.
domingo, 19 de setembro de 2010
FULGOR DE SONHO

De tudo o que já me deu
agradeço à vida o sonho
da rosa que não ganhei.
Minha mão não alcançou
a estrela que desejei
Seu fulgor o sonho inventa
invisível no meu peito.
O navio embandeirado
que espero desde criança
está custando a chegar.
Não faz mal, canta o meu sonho,
as águas que ele navega
sabem a sal de esperança.
Nada perdi...Como posso
perder o que nunca tive?
Vivo a vida do meu sonho,
meu sonho de sonho vive.
Thiago de Mello
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