
O cisne
Este sacrifício de avançar
pelos feixes do irrealizado
lembra um cisne, altivo a caminhar.
E a morte – esse nada mais buscar
do chão diariamente repisado –
lembra a sua angustia de pousar
sobre as águas que o recebem mansas
e cedem sob ele, em suaves tranças
de marolas que cercá-lo vem;
enquanto ele, calmo e independente,
segue sempre majestosamente
como ao seu capricho lhe convém.
Rainer Maria Rilke
In: Poemas ,1958
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