
Pus-me a cantar minha pena
com uma palavra tão doce,
de maneira tão serena,
que até Deus pensou que fosse
felicidade - e não pena.
Anjos de lira dourada
debruçaram-se da altura.
Não houve,no chão, criatura
de que eu não fosse invejada,
pela minha voz tão pura.
Acordei a quem dormia,
fiz suspirarem defuntos.
Um arco íris de alegria
da minha boca se erguia
pondo o sonho e a vida juntos.
O mistério do meu canto,
Deus não soube,tu não viste.
Prodígio imenso do pranto:
-todos perdidos de encanto,
só eu morrendo de triste!
Por assim tão docemente
meu mal transformar em verso,
oxalá Deus não o aumente,
para trazer o universo
de pólo a pólo contente.
Cecília Meireles
Vou gostando de Cecília Meireles
ResponderExcluirBeijo
Olá Mara! Passando para agradecer pela visita e pelo comentário, como também, adorei o poema, com ênfase para a estrofe abaixo:
ResponderExcluirAnjos de lira dourada
debruçaram-se da altura.
Não houve,no chão, criatura
de que eu não fosse invejada,
pela minha voz tão pura.
Grade Cecília Meireles. Bela escolha.
Beijos,
Furtado.
Minha amiga adorei esta doce canção, é daquelas em que nos deixamos embalar ao som da melodia, seja sempre bem vinda, é sempre um prazer contactar com os meus queridos amigos, faz parte da nossa missão alegrar os corações destes.
ResponderExcluirBeijinhos de luz e muita paz