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sexta-feira, 17 de junho de 2011

Pawel Kuczynski - Refinada Ironia - Parte II









O Espírito Do Outono



Será
a embriaguez? O vento matinal
arrastando folhas
raparigas canções?
O sopro frio das estrelas?
Será a beleza,
o espírito do outono? Há um limite
para o homem, um limite
para suportar o peso do mundo.
Da beleza, da bárbara
orgulhosa beleza, quem sabe defender-se
sem medo do coração lhe rebentar?


Eugénio de Andrade

Aranjuez Mon Amour

terça-feira, 14 de junho de 2011

Pawel Kuczynski - Refinada Ironia - Parte I -

Pawel Kuczynski é um artista polonês que nasceu no ano de 1976 em Szczecin. Formado com especialização gráfica na Academia de Belas Artes de Poznam, é famoso por suas ilustrações críticas que nos fazem pensar na vida, na política , na nossa sociedade. Muitas vezes nós sequer lembramos o que custa para termos certas coisas ou o que custa pra ter certas pessoas no poder.Paweł Kuczyński é um ilustrador e artista que tem muito o que falar.









Triângulo


A caneta dá um toque
E a folha fica marcada
Desenhando levemente
Palavras emocionadas

Na folha à deslizar
Transmite o pensamento
E o peito vai se livrar
Da angústia, do tormento

Essa dor que dói no peito
Ao papel foi transferida
Sofrimento, não tem jeito
Faz parte da nossa vida

Poeta, papel, e caneta
Entendimento milagroso
Na dor, no sonho, na festa
Forma um triângulo amoroso.


Jane Rossi

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Festas Juninas



Celebração medieval que foi incorporada pela Igreja Católica, a festa junina chegou ao Brasil por intermédio dos padres jesuítas durante o processo de colonização no século XVI. Os religiosos portugueses usavam as festividades cristãs para passar o ideário da doutrina da Igreja aos índios. Inicialmente, a comemoração não tinha o formato que conhecemos hoje, mas com o tempo foi sofrendo um processo de hibridismo cultural. A comida foi modificada, e a dança e a música incluídas.
O calendário das festas juninas coincide com os dias dos santos:
 Santo Antônio - Fernando de Bulhões (Lisboa, 15 de Agosto de 1195 - Pádua, 13 de Junho de 1231).
 São João – João Batista, 24 de junho 2a. C - 29 de agosto de 29 d.C.
 São Pedro – Simão Pedro (século I a.C. - 67 d.C.)
Originalmente a festa pagã celebrava a fertilidade do solo. Na religião católica, a simbologia foi atribuída aos santos.

Biografia - Fernando Pessoa -


Escritor português, nasceu a 13 de Junho, numa casa do Largo de São Carlos, em Lisboa. Aos cinco anos morreu-lhe o pai, vitimado pela tuberculose, e, no ano seguinte, o irmão, Jorge. Devido ao segundo casamento da mãe, em 1896, com o cônsul português em Durban, na África do Sul, viveu nesse país entre 1895 e 1905, aí seguindo, no Liceu de Durban, os estudos secundários. Frequentou, durante um ano, uma escola comercial e a Durban High School e concluiu, ainda, o «Intermediate Examination in Arts», na Universidade do Cabo (onde obteve o «Queen Victoria Memorial Prize», pelo melhor ensaio de estilo inglês), com que terminou os seus estudos na África do Sul. No tempo em que viveu neste país, passou um ano de férias (entre 1901 e 1902), em Portugal, tendo residido em Lisboa e viajado para Tavira, para contactar com a família paterna, e para a Ilha Terceira, onde vivia a família materna. Já nesse tempo redigiu, sozinho, vários jornais, assinados com diferentes nomes.


De regresso definitivo a Lisboa, em 1905, frequentou, por um período breve (1906-1907), o Curso Superior de Letras. Após uma tentativa falhada de montar uma tipografia e editora, «Empresa Íbis — Tipográfica e Editora», dedicou-se, a partir de 1908, e a tempo parcial, à tradução de correspondência estrangeira de várias casas comerciais, sendo o restante tempo dedicado à escrita e ao estudo de filosofia (grega e alemã), ciências humanas e políticas, teosofia e literatura moderna, que assim acrescentava à sua formação cultural anglo-saxónica, determinante na sua personalidade.


Em 1920, ano em que a mãe, viúva, regressou a Portugal com os irmãos e em que Fernando Pessoa foi viver de novo com a família, iniciou uma relação sentimental com Ophélia Queiroz (interrompida nesse mesmo ano e retomada, para rápida e definitivamente terminar, em 1929) testemunhada pelas Cartas de Amor de Pessoa, organizadas e anotadas por David Mourão-Ferreira, e editadas em 1978. Em 1925, ocorreria a morte da mãe. Fernando Pessoa viria a morrer uma década depois, a 30 de Novembro de 1935 no Hospital de S. Luís dos Franceses, onde foi internado com uma cólica hepática, causada provavelmente pelo consumo excessivo de álcool.



Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!


Fernando Pessoa


Que suave é o ar!

Que suave é o ar! Como parece
Que tudo é bom na vida que há!
Assim meu coração pudesse
Sentir essa certeza já.

Mas não; ou seja a selva escura
Ou seja um Dante mais diverso,
A alma é literatura
E tudo acaba em nada e verso.


Fernando Pessoa


Não sei ser

Não sei ser triste a valer
Nem ser alegre deveras.
Acreditem: não sei ser.
Serão as almas sinceras
Assim também, sem saber?

Ah, ante a ficção da alma
E a mentira da emoção,
Com que prazer me dá calma
Ver uma flor sem razão
Florir sem ter coração!

Mas enfim não há diferença.
Se a flor flore sem querer,
Sem querer a gente pensa.
O que nela é florescer
Em nós é ter consciência.

Depois, a nós como a ela,
Quando o Fado a faz passar,
Surgem as patas dos deuses
E a ambos nos vêm calcar.

'Stá bem, enquanto não vêm
Vamos florir ou pensar.


Fernando Pessoa




domingo, 12 de junho de 2011

Amor Entre Almas...



Amor entre almas...
Não se procura,
não se pede,
não se exige...
Simplesmente acontece
quando menos se espera.

Amor entre Almas
É amor doação
sinceridade, fidelidade,
dedicação,ternura ,
prazer, emoção.
Não importa a distância.

Amor entre almas
é um resgate de vidas
que chega ao fim no
sublime ato do reencontro
com sua alma gêmea
tão amada ontem,
tão vivenciada no hoje.

Amor entre almas
não é só desejo e sexo.
É querer e sentir
a presença do ser amado
dentro do coração.
É precisar um do outro
como a borboleta e
a abelha precisam da flor

Amor entre almas
É tão intenso,
tão sentido por nós...
que ninguém,
nem mesmo o tempo
consegue apagar
de nossas vidas.
Te amo por toda eternidade!

Marilene Laurelli Cypriano