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sábado, 21 de novembro de 2009

A HISTÓRIA DE UMA FOLHA - Leo Buscaglia -


O começo

Era uma vez uma folha, que crescera muito.
A parte intermediária era larga e forte, as cinco pontas
eram firmes e afiladas.

Surgira na primavera, como um pequeno broto num galho
grande, perto do topo de uma árvore alta.

A Folha estava cercada por centenas de outras folhas,
iguais a ela. Ou pelo menos assim parecia. Mas não demorou
muito para que descobrisse que não havia duas folhas iguais,
apesar de estarem na mesma árvore. Alfredo era a folha mais
próxima. Mário era a folha à sua direita. Clara era a linda folha
por cima. Todos haviam crescido juntos. Aprenderam a dançar à
brisa da primavera, esquentar indolentemente ao sol do verão,
a se lavar na chuva fresca.

Mas Daniel era seu melhor amigo. Era a folha maior no galho e
parecia que estava lá antes de qualquer outra. A Folha achava
que Daniel era também o mais sábio. Foi Daniel quem lhe contou
que eram parte de uma árvore. Foi Daniel quem explicou que
estavam crescendo num parque público. Foi Daniel quem revelou
que a árvore tinha raízes fortes, escondidas na terra lá embaixo.
Foi Daniel quem falou dos passarinhos que vinham pousar no
galho e cantar pela manhã. Foi Daniel quem contou sobre o sol,
a lua, as estrelas e as estações.



A primavera passou. E o verão também.

Fred adorava ser uma folha. Amava o seu galho, os amigos,
o seu lugar bem alto no céu, o vento que o sacudia, os raios do sol
que o esquentavam, a lua que o cobria de sombras suaves.

O verão fora excepcionalmente ameno. Os dias quentes e
compridos eram agradáveis, as noites suaves eram serenas
e povoadas por sonhos.

Muitas pessoas foram ao parque naquele verão. E sentavam sob
as árvores. Daniel contou à Folha que proporcionar sombra era
um dos propósitos das árvores.

- O que é um propósito? - perguntou a Folha.

- Um razão para existir - respondeu Daniel. - Tornar as coisas
mais agradáveis para os outros é uma razão para existir. Proporcionar sombra aos velhinhos que procuram escapar do
calor de suas casas é uma razão para existir.

A Folha tinha um encanto todo especial pelos velhinhos.
Sentavam em silêncio na relva fresca, mal se mexiam. E quando
conversavam eram aos sussurros, sobre os tempos passados.

As crianças também eram divertidas, embora às vezes abrissem
buracos na casa da árvore ou esculpissem seus nomes.
Mesmo assim, era divertido observar as crianças.

Mas o verão da Folha não demorou a passar.

E chegou ao fim numa noite de outubro. A Folha nunca sentira
tanto frio. Todas as outras folhas estremeceram com o frio.
Ficaram todas cobertas por uma camada fina de branco,
que num instante se derreteu e deixou-as encharcadas
de orvalho, faiscando ao sol..

Mais uma vez, foi Daniel quem explicou que haviam
experimentado a primeira geada, o sinal que era outono
e que o inverno viria em breve.

Quase que imediatamente, toda a árvore, mais do que isso,
todo o parque, se transformou num esplendor de cores.
Quase não restava qualquer folha verde. Alfredo se tornou
um amarelo intenso. Mário adquiriu um laranja brilhante.
Clara virou um vermelho ardente. Daniel estava púrpura.
E a Folha ficou vermelha, dourada e azul. Todos estavam lindos.
A Folha e seus amigos converteram a árvore num arco-íris.

- Por que ficamos com cores diferentes,
se estamos na mesma árvore? - perguntou a Folha.

- Cada um de nós é diferente. Tivemos experiências diferentes.
Recebemos o sol de maneira diferente. Projetamos a sombra de
maneira diferente. Por que não teríamos cores diferentes?

Foi Daniel, como sempre, quem falou. E Daniel contou ainda que aquela estação maravilhosa se chamava outono.

E um dia aconteceu uma coisa estranha. A mesma brisa que,
no passado, os fazia dançar começou a empurrar e puxar suas
hastes, quase como se estivesse zangada. Isso fez com que
algumas folhas fossem arrancadas de seus galhos e levadas pela
brisa, reviradas pelo ar, antes de caírem suavemente ao solo.

Todas as folhas ficaram assustadas.

- O que está acontecendo? - perguntaram
umas às outras, aos sussurros.

- É isso que acontece no outono - explicou Daniel -
É o momento em que as folhas mudam de casa.
Algumas pessoas chamam isso de morrer.

- E todos nós vamos morrer? - perguntou Folha

- Vamos sim - respondeu Daniel - Tudo morre.
Grande ou pequeno, fraco ou forte, tudo morre.
Primeiro cumprimos a nossa missão.
Experimentamos o sol e a lua, o vento e a chuva.
Aprendemos a dançar e a rir. E, depois morremos.

- Eu não vou morrer! - exclamou Folha, com determinação -
Você vai, Daniel?

- Vou sim... Quando chegar meu momento.

- E quando será isso???

- Ninguém sabe com certeza. - respondeu Daniel

A Folha notou que as outras folhas continuavam a cair.
E pensou: "Deve ser o momento delas." Ela viu que algumas
folhas reagiam ao vento, outras simplesmente se entregavam
e caíam suavemente

Não demorou muito para que a árvore estivesse quase despida.

- Tenho medo de morrer. - disse Folha a Daniel -
Não sei o que tem lá embaixo.

- Todos temos medo do que não conhecemos. Isso é natural.
- disse Daniel para animá-la - Mas você não teve medo quando a
primavera se transformou em verão. E também não teve medo
quando o verão se transformou em outono. Eram mudanças
naturais. Por que deveria estar com medo da estação da morte?

- A árvore também morre?

- Para onde vamos quando morrermos?

- Ninguém sabe com certeza... É o grande mistério.

- Voltaremos na primavera?

- Talvez não, mas a Vida voltará.

- Então qual é a razão para tudo isso? - insistiu a Folha -
Por que viemos pra cá, se no fim teríamos de cair e morrer?

Daniel respondeu no seu jeito calmo de sempre:

- Pelo sol e pela lua. Pelos tempos felizes que passamos juntos.
Pela sombra, pelos velhinhos, pelas crianças. Pelas cores do
outono, pelas estações. Não é razão suficiente?

Ao final daquela tarde, na claridade dourada do crepúsculo,
Daniel se foi. E caiu a flutuar. Parecia sorrir enquanto caía.

- Adeus por enquanto. - disse ele à Folha.

E depois, Folha ficou sozinha, a única folha
que restava no galho.

A primeira neve caiu na manhã seguinte.
Era macia, branca e suave. Mas era muito fria.
Quase não houve sol naquele dia... E foi um dia muito curto.
A Folha se descobriu a perder a cor, a ficar cada vez mais frágil.
Havia sempre frio e a neve passava sobre ela.

E quando amanheceu veio vento que arrancou a Folha de seu
galho. Não doeu. Ela sentiu que flutuava no ar, muito serena.

E, enquanto caía, ela viu a árvore inteira pela primeira vez.

Como era forte e firme! Teve a certeza de que a árvore viveria por
muito tempo, compreendeu que fora parte de sua vida.
E isso deixou-a orgulhosa.

A Folha pousou num monte de neve. Estava macio, até mesmo
aconchegante. Naquela nova posição, Folha estava mais
confortável do que jamais se sentira. Ela fechou os olhos e
adormeceu. Não sabia que a primavera se seguiria ao inverno,
que a neve se derreteria e viraria água. Não sabia que a
folha que fora, seca e aparentemente inútil, se juntaria
com a água e serviria para tornar a árvore mais forte.
E, principalmente, não sabia que ali, na árvore e no solo,
já havia planos para novas folhas de primavera.

Léo Buscaglia

JOÃO GUIMARÃES ROSA




"Quando escrevo, repito o que já vivi antes.
E para estas duas vidas, um léxico só não é suficiente.
Em outras palavras, gostaria de ser um crocodilo
vivendo no rio São Francisco. Gostaria de ser
um crocodilo porque amo os grandes rios,
pois são profundos como a alma de um homem.
Na superfície são muito vivazes e claros,
mas nas profundezas são tranqüilos e escuros
como o sofrimento dos homens."


João Guimarães Rosa


João Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo (MG) a 27 de junho de 1908 e era o primeiro dos seis filhos de D. Francisca (Chiquitinha) Guimarães Rosa e de Florduardo Pinto Rosa, mais conhecido por "seu Fulô" comerciante, juiz-de-paz, caçador de onças e contador de estórias.

Joãozito, como era chamado, com menos de 7 anos começou a estudar francês sozinho, por conta própria. Somente com a chegada do Frei Canísio Zoetmulder, frade franciscano holandês, em março de 1917, pode iniciar-se no holandês e prosseguir os estudos de francês, agora sob a supervisão daquele frade.

Terminou o curso primário no Grupo Escolar Afonso Pena; em Belo Horizonte, para onde se mudara, antes dos 9 anos, para morar com os avós. Em Cordisburgo fora aluno da Escola Mestre Candinho. Iniciou o curso secundário no Colégio Santo Antônio, em São João del Rei, onde permaneceu por pouco tempo, em regime de internato, visto não ter conseguido adaptar-se — não suportava a comida.

De volta a Belo Horizonte matricula-se no Colégio Arnaldo, de padres alemães e, imediatamente, iniciou o estudo do alemão, que aprendeu em pouco tempo. Era um poliglota, conforme um dia disse a uma prima, estudante, que fora entrevistá-lo:

Falo: português, alemão, francês, inglês, espanhol, italiano, esperanto, um pouco de russo; leio: sueco, holandês, latim e grego (mas com o dicionário agarrado); entendo alguns dialetos alemães; estudei a gramática: do húngaro, do árabe, do sânscrito, do lituânio, do polonês, do tupi, do hebraico, do japonês, do tcheco, do finlandês, do dinamarquês; bisbilhotei um pouco a respeito de outras. Mas tudo mal. E acho que estudar o espírito e o mecanismo de outras línguas ajuda muito à compreensão mais profunda do idioma nacional. Principalmente, porém, estudando-se por divertimento, gosto e distração.


Em 1925, matricula-se na então denominada Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais, com apenas 16 anos. Segundo um colega de turma, Dr. Ismael de Faria, no velório de um estudante vitimado pela febre amarela, em 1926, teria Guimarães Rosa dito a famosa frase: "As pessoas não morrem, ficam encantadas", que seria repetida 41 anos depois por ocasião de sua posse na Academia Brasileira de Letras.

Sua estréia nas letras se deu em 1929, ainda como estudante. Escreveu quatro contos: Caçador de camurças, Chronos Kai Anagke (título grego, significando Tempo e Destino), O mistério de Highmore Hall e Makiné para um concurso promovido pela revista O Cruzeiro. Todos os contos foram premiados e publicados com ilustrações em 1929-1930, alcançando o autor seu objetivo, que era o de ganhar a recompensa nada desprezível de cem contos de réis. Chegou a confessar, depois, que nessa época escrevia friamente, sem paixão, preso a modelos alheios.

Em 27 de junho de 1930, ao completar 22 anos, casa-se com Lígia Cabral Penna, então com apenas 16 anos, que lhe dá duas filhas: Vilma e Agnes. Dura pouco seu primeiro casamento, desfazendo-se uns poucos anos depois. Ainda em 1930, forma-se em Medicina, tendo sido o orador da turma, escolhido por aclamação pelos 35 colegas.

Guimarães Rosa vai exercer a profissão em Itaguara, pequena cidade que pertencia ao município de Itaúna (MG), onde permanece cerca de dois anos. Relaciona-se com a comunidade, até mesmo com raizeiros e receitadores, reconhecendo sua importância no atendimento aos pobres e marginalizados, a ponto de se tornar grande amigo de um deles, de nome Manoel Rodrigues de Carvalho, mais conhecido por "seu Nequinha", que morava num grotão enfurnado entre morros, num lugar conhecido por Sarandi.

Espírita, "Seu Nequinha" parece ter sido o inspirador da figura do Compadre meu Quelemém, espécie de oráculo sertanejo, personagem de Grande Sertão: Veredas.
Em 1967, João Guimarães Rosa seria indicado para o prêmio Nobel de Literatura. A indicação, iniciativa dos seus editores alemães, franceses e italianos, foi barrada pela morte do escritor. A obra do brasileiro havia alcançado esferas talvez até hoje desconhecidas. Quando morreu tinha 59 anos. Tinha-se dedicado à medicina, à diplomacia, e, fundamentalmente às suas crenças, descritas em sua obra literária. Fenômeno da literatura brasileira, Rosa começou a escrever aos 38 anos. O autor, com seus experimentos lingüísticos, sua técnica, seu mundo ficcional, renovou o romance brasileiro, concedendo-lhe caminhos até então inéditos. Sua obra se impôs não apenas no Brasil, mas alcançou o mundo.



Amanhecer


Floresce, na orilha da campina,
esguio ipê
de copa metálica e esterlina.

Das mil corolas,
saem vespas,abelhas e besouros,
polvilhados de ouro,
a enxamear no leste,onde vão pousando
nas piritas que piscam nas ladeiras,
e no riso das acácias amarelas.

Dos charcos frios
sobem a caçá-los redes longas,
lentas e rasgadas de neblina.
Nuvens deslizam,despetaladas,
e altas, altas,
garças brancas planam.

Dançam fadas alvas,
cantam almas aladas,
na taça ampla,
na prata lavada,
na jarra clara da manhã...


João Guimarães Rosa
in Magma





Ausência


Na almofada branca,
as sandálias sonham
com a seda dos teus pés...

Partiste..
Mas a alegria ainda ficou no quarto,
talvez no ninho morno, calcado por teu corpo
no leito desfeito...

Entardece...
Esfuziante e verde,
um beija-flor entrou pela janela,
(pensei que a tua boca ainda estivesse aqui...)

Do frasco aberto,
vestidas de vespas,
voam violetas...

E na almofada de seda,
beijo as sandálias brancas.
vazias dos teus pés.



João Guimarães Rosa





Epigrama


Ó lua cheia,
ocular de um longo telescópio branco
que devassa o pais dos amores platônicos...


João Guimarães Rosa



Oração


O louva-deus, ereto, num caule de junquilho,
reza , de mãos postas, com punhais cruzados,
como um bandido calabrês...



João Guimarães Rosa




A colheita é comum, mas o capinar é sozinho.
Amor é futuro à vista.
Cada palavra é, segundo a sua essência, um poema.
Infelicidade é questão de prefixo.
Na vida, o que aprendemos mesmo é a sempre fazer maiores perguntas.



João Guimarães Rosa



"A vida inventa! A gente principia as coisas, no não saber por que,
e desde aí perde o poder da continuação -- porque a vida é mutirão
de todos, por todos remexida e temperada."


Guimarães Rosa, in "Grande Sertão: Veredas" BIOGRAFIA

OS GRANDES...


"Os grandes escritores nunca foram feitos para
suportar a lei dos gramáticos, mas sim para impor a sua."

Erasmo de Roterdão

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O LOUCO II



"No jardim de um hospital psiquiátrico conheci um jovem formoso de rosto pálido e encantador...

Sentando-me a seu lado num banco, perguntei-lhe:

- Porque estás aquí?

Olhando-me, com estranheza, disse:

- Essa é uma pergunta pouco própria, mas, de qualquer modo, responderei.

Meu pai quis fazer de mim uma cópia dele; o mesmo ocorreu com o meu tio. Minha mãe queria que fosse igual ao seu pai. Minha irmã apontava o seu esposo, oficial da marinha, como o modelo de perfeição a seguir. Meu irmão, excelente atleta, pensava que eu devia ser como ele.

E também os meus professores, de filosofia, de música, de matemática, me incitavam a ser um reflexo deles num espelho.

Por isso vim para aqui. Parece-me mais saudável. Pelo menos poderei ser eu mesmo.

De repente, voltou-se para mim, e disse:

Diz-me tu, agora. Vieste parar a este lugar guiado pela educação e pelos bons conselhos?

Eu respondi:

- Não, sou só um visitante.

Então ele disse:

- Ah!!!. És um daqueles que vive no manicómio, mas, do outro lado do muro?



Autor: Kalil Gibrán
Título: El loco
Editorial: Edaf"

O LOUCO I



Perguntais-me como eu me tornei louco. Aconteceu assim:

Um dia, muito tempo antes dos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas – as sete máscaras que eu tinha confeccionado e usado em sete vidas – e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente gritando: “Ladrões, ladrões, malditos ladrões!”

Homens e mulheres riram-se de mim e alguns correram para casa, com medo de mim.
E quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: “É um louco!” Olhei para cima, para vê-lo. O sol beijou pela primeira vez a minha face nua. Pela primeira vez, o sol beijava a minha face nua, e a minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais as minhas máscaras. E, como num transe, gritei: “Benditos, benditos os ladrões que roubaram as minhas máscaras!”

Assim eu tornei-me louco. E encontrei tanto a liberdade como a segurança na minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós.


Autor: Kalil Gibrán

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA



CONSCIÊNCIA NEGRA
Sou a alma que ontem nasceu no mundo.
Sou filha da África,
Dos olhos de pérolas,
Do sorriso de marfim,
Dos sons dos atabaques em noite de luar,
Da roda de capoeira,
Do jongo ao maculelê.

Sou da raça que irradia perfume de alegria.
Sou semente da história humana,
De vida apesar de tanta dor.
Dos canaviais e senzalas,
Das mãos calejadas, exploradas e injustiçadas.

Podem tirar a minha vida,
Menos o direito de sonhar,
De ter esperança...
De lutar por dignidade e respeito,
Nem que seja em grito mudo,
Clamando por igualdade e justiça,
E de acreditar num amanhã melhor.


- Sarah Janaína Leibovitch –



O Dia da Consciência Negra é celebrado em 20 de Novembro no Brasil e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira.

A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. Apesar das várias dúvidas levantadas quanto ao caráter de Zumbi nos últimos anos (comprovou-se, por exemplo, que ele mantinha escravos particulares) o Dia da Consciência Negra procura ser uma data para se lembrar a resistência do negro à escravidão de forma geral, desde o primeiro transporte forçado de africanos para o solo brasileiro (1594).

Algumas entidades como o Movimento Negro (o maior do gênero no país) organizam palestras e eventos educativos, visando principalmente crianças negras. Procura-se evitar o desenvolvimento do auto-preconceito, ou seja, da inferiorização perante a sociedade.

Outros temas debatidos pela comunidade negra e que ganham evidência neste dia são: inserção do negro no mercado de trabalho, cotas universitárias, se há discriminação por parte da polícia, identificação de etnias, moda e beleza negra, etc.

O dia é celebrado desde a década de 1960, embora só tenha ampliado seus eventos nos últimos anos; até então, o movimento negro precisava se contentar com o dia 13 de Maio, Abolição da Escravatura – comemoração que tem sido rejeitada por enfatizar muitas vezes a "generosidade" da princesa Isabel, ou seja, ser uma celebração da atitude de uma branca.

A semana dentro da qual está o dia 20 de novembro também recebe o nome de Semana da Consciência Negra.


Fonte: Wikipedia

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

19 DE NOVEMBRO - DIA DA BANDEIRA NACIONAL -



Hino à Bandeira Nacional
Letra: Olavo Bilac
Música: Francisco Braga

Salve, lindo pendão da esperança!
Salve, símbolo augusto da paz!
Tua nobre presença à lembrança
A grandeza da Pátria nos traz.

Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!

Em teu seio formoso retratas
Este céu de puríssimo azul,
A verdura sem par dessas matas,
É o esplendor do Cruzeiro do Sul.

Recebe o afeto que se encerra...

Contemplando teu vulto sagrado
Compreendemos o nosso dever;
E o Brasil, por seus filhos amado,
Poderoso e feliz há de ser!

Recebe o afeto que se encerra...

Sobre a imensa nação brasileira,
Nos momentos de festa ou de dor,
Paira sempre, sagrada bandeira,
Pavilhão da justiça e do amor!

Recebe o afeto que se encerra...



Após a Proclamação da República em 1889, surgiu a necessidade de criação de uma nova bandeira. Criada pelo advogado Ruy Barbosa, a bandeira provisória era bastante semelhante à bandeira estadunidense, fato que fez com que o marechal Deodoro da Fonseca vetasse o desenho.

Adotada pelo decreto de lei nº 4 de 19 de Novembro de 1889, a bandeira atual consiste em uma adaptação da antiga bandeira do império idealizada em 1820 por Jean-Baptiste Debret. O disco azul central foi idealizado pelo pintor Décio Vilares, já as estrelas, por Benjamin Constant. A inscrição “Ordem e Progresso” é fruto da influência do positivismo de Augusto Comte. Até hoje, a bandeira brasileira permanece inalterada, com exceção das estrelas, que segundo a Lei nº 8.421, de 11 de maio de 1992, devem ser atualizadas no caso de criação ou extinção de algum Estado.

Em seu sentido original, as cores verde e amarela simbolizavam respectivamente, as oliveiras em torno da casa real de Bragança e a casa imperial dos Habsburgos. Posteriormente, esses significados foram adaptados: a cor verde passou a simbolizar as nossas matas e florestas; o amarelo, o ouro e as riquezas minerais; a azul, o céu; a branca, a paz. Cada estrela disposta na bandeira corresponde a um Estado brasileiro; a única estrela que é situada acima na inscrição “Ordem e Progresso” é Spica, representante do Estado do Pará.

A bandeira nacional deve ser hasteada em todos os órgãos públicos, escolas, secretarias de governo, etc. Seu hasteamento deve ser feito pela manhã e a arriação no fim da tarde. A bandeira não pode ficar exposta à noite, a não ser que seja bastante iluminada.


Por Tiago Dantas
www.brasilescola.com

CHARGE

GIRASSOIS










CHARGE - Dia da Bandeira -

FROZEN - Madonna -


Gelado
Você só vê o que seus olhos querem ver,
Como pode a vida ser aquilo que você quer que ela seja?
Você fica gelado quando seu coração não está aberto.
Você está tão consumido com quanto [dinheiro] você consegue,
Você desperdiça seu tempo com ódio e arrependimento,
Você fica arrasado quando seu coração não está aberto...

Mmm... Se eu pudesse derreter seu coração...
Mmm... Nós nunca ficaríamos separados...
Mmm... Entregue-se para mim,
Mmm... Você possui a chave...

Agora não tem propósito em estabelecer a culpa,
E você devia saber [que] eu sofreria o mesmo.
Se eu perdesse você, meu coração ficaria partido.
O amor é um pássaro, ele precisa voar,
Deixe toda a dor dentro de você morrer.
Você fica gelado quando seu coração não está aberto...

Você só vê o que seus olhos querem ver,
Como pode a vida ser aquilo que você quer que ela seja?
Você fica gelado quando seu coração não está aberto...

Se eu pudesse derreter seu coração...



quarta-feira, 18 de novembro de 2009

A REVOLTA DO IPÊ


Deu flor depois de virar poste de rede elétrica.

Um Ipê Amarelo foi cortado e seu tronco foi transformado em
um poste. Após o poste ser fincado na rua, foram instalados os fios da rede elétrica.
Eis que a árvore se rebela contra a maldade humana e resolve não morrer. Mas a reação foi pacífica, bela e cheia de amor. Rebrotou e encheu-se de flores. Assim é a natureza...vencedora !


Porto Velho - Rondônia - Brasil

terça-feira, 17 de novembro de 2009

MAKING LOVE OUT OF NOTHING AT ALL - Air Supply -

METADE - Oswaldo Montenegro -



Metade

Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio
que a morte de tudo em que acredito
não me tape os ouvidos e a boca
porque metade de mim é o que eu grito
mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
seja linda ainda que tristeza
que a mulher que amo seja pra sempre amada
mesmo que distante
porque metade de mim é partida
mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
apenas respeitadas como a única coisa
que resta a um homem inundado de sentimentos
porque metade de mim é o que ouço
mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz que eu mereço
e que essa tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada
porque metade de mim é o que penso
mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
que o espelho reflita em meu rosto num doce sorriso
que eu me lembro ter dado na infância
porque metade de mim é a lembrança do que fui
a outra metade não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
pra me fazer aquietar o espírito
e que o teu silêncio me fale cada vez mais
porque metade de mim é abrigo
mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
mesmo que ela não saiba
e que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
porque metade de mim é platéia
e a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
porque metade de mim é amor
e a outra metade também.


Oswaldo Montenegro

HONDA - Comercial de 6 Milhões

A LEITORA


Na penumbra da sala, um candeeiro
ocupa o centro do teu mundo.

Lês a vida pelo livro que seguras
na mão, aberto na mesma página.

Pelos vidros da janela, um resto de azul
esvai-se com a noite que chega.

Mas não vês o mundo, lá fora,
nem ouves nada do que se passa.

As flores murcharam na jarra,
o sofá continua vazio.

E lês a mesma página de sempre,
para que também a tua vida não mude.


Nuno Júdice

A PARTIR DA AUSÊNCIA



A Partir da Ausência

Imaginar a forma
doutro ser na língua,
proferir o seu desejo
O toque inteiro

Não existir

Se o digo acendo os filamentos
desta noturna lâmpada
A pedra toco do silêncio densa
Os veios de um sangue escuro

Um muro vivo preso a mil raízes

Mas não o vinho límpido
de um corpo
A lucidez da terra
E se respiro a boca não atinge
a nudez una
onde começo

Era com o sol e era
um corpo

Onde agora a mão se perde
E era o espaço

Onde não é

O que resta do corpo?
Uma matéria negra e fria?
Um hausto de desejo
retém ainda o calor de uma sílaba?

As palavras soçobram rente ao muro
A terra sopra outros vocábulos nus
Entre os ossos e as ervas,
uma outra mão ténue
refaz o rosto escuro
doutro poema


António Ramos Rosa

TIRINHAS - Calendário "Permanente" do Tempo Aqui no Sul



http://chargedodiemer.blogspot.com/

TIRINHAS - Desculpas Esfarrapadas -

MONIKA MARTIN - Goodbye Farewell, My Love

domingo, 15 de novembro de 2009

OSWALDO MONTENEGRO - Quando a Gente Ama -



Quem vai dizer ao coração,
Que a paixão não é loucura
Mesmo que pareça
Insano acreditar

Me apaixonei por um olhar
Por um gesto de ternura
Mesmo sem palavra
Alguma pra falar

Meu amor,a vida passa num instante
E um instante é muito pouco pra sonhar

Quando a gente ama,
Simplesmente ama
É impossível explicar
Quando a gente ama
Simplesmente ama!


Composição: Marcelo Barbosa Barreti / Nil Bernardes / Fábio Caetano