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sábado, 1 de janeiro de 2011

Se O Vento


Se o vento trouxesse a poeira
de todo o caminho que percorri
em busca de você
formaria uma montanha imensa
que de onde você estivesse
daria pra ver

Se o vento pudesse
levar minha mensagem
em forma de palavras
saídas do coração
chegaria aos seus ouvidos
como se fosse canção

Se o vento soprasse
em sua direção
levaria toda esta saudade
levaria também minha lágrima
antes que caísse ao chão!


Lúcia Biazetto.

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

FELIZ ANO NOVO


QUE EM 2011 TODOS OS NOSSOS SONHOS
SE TORNEM VERDADES.
FELIZ ANO NOVO PARA TODOS QUE
POR AQUI PASSAM!

Olhe Para O Céu....


Hoje, na "hora combinada"
olhe para o Céu e os nossos
olhares se encontrarão.

Esperança


Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada “Esperança”
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...

Mario Quintana (1906-1994)

Vai, ano velho


Vai, ano velho, vai de vez,
vai com tuas dívidas
e dúvidas, vai, dobra a ex-
quina da sorte, e no trinta e um,
à meia-noite, esgota o copo
e a culpa do que nem me lembro
e me cravou entre janeiro e dezembro.

Vai, leva tudo: destroços,
ossos, fotos de presidentes,
beijos de atrizes, enchentes,
secas, suspiros, jornais.
Vade retrum, pra trás,
leva pra escuridão
quem me assaltou o carro,
a casa e o coração.
Não quero te ver mais,
só daqui a anos, nos anais,
nas fotos do nunca-mais.

Vem, Ano Novo, vem veloz,
vem em quadrigas, aladas, antigas
ou jatos de luz moderna, vem,
paira, desce, habita em nós,
vem com cavalhadas, folias, reisados,
fitas multicores, rebecas,
vem com uva e mel e desperta
em nossso corpo a alegria,
escancara a alma, a poesia,
e, por um instante, estanca
o verso real, perverso,
e sacia em nós a fome
- de utopia.

Vem na areia da ampulheta com a
semente que contivesse outra se-
mente que contivesse ou-
tra semente ou pérola
na casca da ostra
como se
se
outra se-
mente pudesse
nascer do corpo e mente
ou do umbigo da gente como o ovo
o Sol a gema do Ano Novo que rompesse
a placenta da noite em viva flor luminescente.

Adeus, tristeza: a vida
é uma caixa chinesa
de onde brota a manhã.
Agora
é recomeçar.
A utopia é urgente.
Entre flores de urânio
é permitido sonhar.

Affonso Romano de Sant'Anna

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Minha Breve Eternidade



E assim sigo sonhando
A espera da brisa
Na infindável esperança
De respirar-te em cada hausto.

De ti recendem diamantes
Onde o fausto
Precipita-se no sorriso despojado,
Onde o amor sorri
Espraiando-se por teu olhar
Onde te vejo nas asas de gentis constelações.

És esse universo estrelado,
Essa nobreza de gestos,
Esta gentileza de antigos restos
De sonhos recém construídos...
És o oceano, a tormenta, de cujo bramido
Escapam convulsões de saudade,
De cujos instantes,
Flui minha breve eternidade...


J.B.XAVIER

Sawdust and Diamonds

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Reverência


Se não fosse você, eu andaria
a caminho do nada,
pra lugar nenhum.
Eu erraria por entre vagas abertas,
sobre páginas incertas
de um pobre verso comum.

Se não fosse você, eu perderia
a noção do sol e do vento,
de todo e qualquer elemento
que me induzisse à beleza.

Se não fosse você, eu ficaria presa
na trama dos desafetos,
dos amores incompletos
que o mundo encaixa nos cantos.

Se não fosse você, triste seria
e a memória por certo contaria
minha historia na pobreza de um clichê.

.....e eu certamente me demitiria
dos ternos devaneios da poesia.
Que seria de mim, se não fosse você?

Flora Figueiredo

Lenine - A Medida Da Paixão -



É como se a gente
Não soubesse
Prá que lado foi a vida
Por que tanta solidão?
E não é a dor
Que me entristece
É não ter uma saída
Nem medida na paixão...

Foi!
O amor se foi perdido
Foi tão distraído
Que nem me avisou

Foi!
O amor se foi calado
Tão desesperado
Que me machucou...
É como se a gente
Pressentisse
Tudo que o amor não disse
Diz agora essa aflição
E ficou o cheiro pelo ar
Ficou o medo de ficar
Vazio demais meu coração...

Foi!
O amor se foi perdido
Foi tão distraído
Que nem me avisou
Nem me avisou!

Foi!
O amor se foi calado
Tão desesperado
Que me maltratou...
Lenine

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Eu falarei Às Rosas


Falarei do amor à quietude das rosas
falarei à sua altivez
à sua graça
descansada nos ramos

Cantarei poemas
à presença de suas formas
em rituais de noivados e renascimentos

Eu falarei da leveza de seus gestos
evocando a ternura da Mulher
a carícia do Amante

Direi da música das águas
de mãos a desatar grinaldas
de bocas
adivinhando beijos...

Falarei
também
de uma Força Criadora
a modelar
a dirigir todas as coisas.

A hora silenciosa do crepúsculo
eu falarei do amor
à quietude das rosas!

Lia Corrêa