A chuva que lá fora agora cai
Faz umidade no vidro da janela
Rabisco um desenho que me traz...
Recordações...Ilusões em
Aquarela.
Olho em silêncio,
A chuva fina na calçada
Noite escura, madrugada, solidão.
Mente vazia, tudo, nada
Reflexão...
Compromissos...
Mundos comprometidos...
Ficamos nele por pura condição,
O tempo passa quase que despercebido
Negamos sempre
O que pede o coração.
Assim a vida passa
E traz sempre madrugadas...
Noites frias...Solidão...
Imaginárias serenatas!
Chuva...
Insônias...
Desenhos na vidraça...Marina Mayer
Grito teu nome aos ventos.
Olha: há uma revoada marítima.
O horizonte se afasta, há um ritmo largo
de ondas que se espreguiçam.
Velas esguias,
para onde voam?
Sulcos na praia,
para onde levam?
Amiga, amiga! Ah, dize-me depressa:
Quem grita aos ventos o teu nome?
O mar, ou eu,
o grande mar que o está cantando? Emílio Moura
Crepúsculo da tarde, esta agonia
de cores meigas e de luz magoada
não a compreende a mente rude e fria,
onde a ilusão e a dor não têm pousada.
Mas à alma sonhadora e amargurada
bem familiar é a tua nostalgia:
- Efêmera saudade eternizada
na velhice infantil de cada dia ...
Cada dia a morrer eternamente,
é como o sol que agora já não arde
esta minha alegria descontente.
Ante o cair da noite muda e calma,
é como tu, crepúsculo da tarde,
sempre triste gêmeo de minha alma ...José Lannes
Como um pássaro
que através das grades
admira o sol,
as árvores
e imagina ninhos,
meu amor aprisionado,
sonha sua presença
e sofre sua ausência.
Sua ausência é
presença constante
em meus pensamentos
em noites mal dormidas
em desejos não realizados.
Eu te amo
e sei que me amas
mas há esse abismo
essa cerca invisível
que o destino irônico
colocou entre nós.
Tu estás cravado no coração
e tão distante das mãos. Heloisa