VISITANTES

sábado, 21 de maio de 2011

Dia 21 de Maio - Dia Da Língua Nacional Portuguesa -

21 de maio é o dia dedicado a homenagear a Língua Nacional.A língua portuguesa originou-se do latim, o idioma que o Império Romano difundiu por todo o continente europeu por volta do século 3 a.C. E convém lembrar que esse latim já havia sido bastante influenciado pelo grego, uma vez que a civilização helênica tornou-se um modelo para Roma.Somente por volta do século 16 o português ganhou sua forma "atual", encontrando sua maior expressão escrita em "Os Lusíadas", poema épico de Luís de Camões, que se transformou na principal referência para o estabelecimento de uma gramática da língua portuguesa.No presente, além de Portugal e do Brasil, o português é a língua nacional de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, e Timor Leste. Trata-se da quinta língua mais falada no mundo contemporâneo. Ela é um patrimônio comum a mais de 200 milhões de falantes no mundo inteiro.


Última Flor Do Lácio

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura;
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: "Meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!


Olavo Bilac



Língua Portuguesa

No velho mundo, surgiu
Toda cheia de beleza
Cruzou mares, se expandiu

Trouxe toda realeza
O novo mundo encantou
Nossa língua portuguesa

Chegou, por aqui, ficou
Um orgulho da nação
A todos unificou

Do litoral ao sertão
De sul ao norte e sudeste
É a língua da nação

Na caatinga e no agreste
Do Oiapoque ao Chuí
Fala-se a língua de mestre

Ela deixou por aqui
A palavra coração
E outras que já ouvi

Uma cheia de emoção
Que chamamos de saudade
Que nos trás desilusão

E nos quebra a vaidade
Se sofremos de paixão
Pedimos por caridade

Pedimos por compaixão
Só um pouquinho de afeto
Só um pouco de atenção

Essa língua é mesmo um teto
Que acolhe a todos nós
E todos nos faz mais perto

Língua de nossos avós
Da terra mãe lusitana
Do Além Tejo até a foz

Que duas pátrias irmana
Num só falar tão singelo
Que a todos nós engalana.


Paulo Gondin

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Armik



Serenidade...



Meu coração é hoje um mar moreno
onde brincam sereias inocentes.
Peixes cegos do mar que o desnorteiam
calaram sua luz fosforecente.

Mesmo os mortos que pensam no meu sangue,
e me fazem andar torto de um lado,
ajudam-me a marchar, leve lembrança,
numa respiração transfigurada.

Afundo aos pés sem vê-los nos sargaços,
com os olhos postos longe, onde nem asas
cortam silêncios pelo céu que dorme.

Vem comigo nos barcos uniarbóreos.
Espera-nos a máquina do mundo
entre o folguedo astuto das baleias.


Odylo Costa,Filho

Apenas Viver...


Não vamos tecer planos...
vamos deixar que a vida nos leve
qual um barco em alto mar
sem rumo, sem direção
até encontrarmos um porto seguro
onde possamos ancorar...
Não vamos escrever roteiros
para não cometer enganos
para que nossos sonhos
não se percam,
para que um dia
se façam realizar...
Vamos apenas viver cada momento
em todo seu esplendor
porque levamos na bagagem
nesta louca viagem
tudo o que nos basta...
O nosso verdadeiro e eterno amor...


Regina Azenha

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Poeira No Vento

Vou Gritando Que Te Amo



Vou sair gritando ao mundo o quanto te amo..
Vou chorar ao mundo o quanto te amo!
Vou ficar na tua vida com o coração
dilacerado pela espera...

Vou gritar o quanto te amo e te espero,
apesar de saber onde tu te encontras,
mas não posso ir lá...!

Vou sofrer muito,
só o tempo dará conforto
ao amor que estou
esperando a tanto tempo
e lamentando muito por ele,
porque sei o quanto
ele merece ser feliz...

Só que, tua vida e tuas responsabilidades,
estão aquém do nosso amor...

Sei do teu amor por mim,
mas só respondo pelo meu
e eu tenho certeza do quanto é imenso...

E assim vou amando e te esperando,
não sei até quando?


Vera Jarude

As Cores Do Mundo

TIJI "COLOUR" HD from AKAMA on Vimeo.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Em Surdina


Ouve. É tão tarde! A música do vento
Embalou-me, de leve, o pensamento
E fez-me, sem querer, pensar em ti.

Lembras? Reinava em torno a primavera
Tu foste bom e crente, eu fui sincera,
Áureo sonho de amor, que não revi.

Depois... Que importa? O mundo permanece,
A vida segue e um dia, a gente esquece
Aquilo que supôs nunca ter fim.

As estações variam, correm anos,
Multiplicam-se os nossos desenganos,
Que a lei universal ordena assim.

Mas, se tudo morreu, por que agora
Eu, que desprezo o coração que chora,
A uma saudade inútil sucumbi?

Ouve e perdoa. É a música do vento,
Que me embala de leve o pensamento
E faz-me, sem querer, pensar em ti.


Alba Saltiel Bianco

Janey Cutler - Britain's Got Talent 2010 -

A Vida É Breve


Amemo-nos agora... A vida é breve!
- Enquanto é rubra a tua boca em flor,
teu sangue, que hoje é sol por sobre a neve,
amanhã, quem dirá qual sua cor?

Amemo-nos agora .. A vida é breve!
De braços dados, vamos, sem temor,
no manso barco que por fim nos leve
a um mundo feito para o nosso amor...

Vagando suavemente pelo mar,
quero em meu peito a tua pulsação,
sem que ninguém nos venha perturbar.

Vivamos hoje, amor, essa paixão,
mantendo acesa a chama de um altar
que arde, perene, em nosso coração.


Isamu Yoshú

terça-feira, 17 de maio de 2011

De Onde Surgem Meus Versos?


Meus versos surgem das matas;
Dos rios, lagos e fontes;
Do murmurar da cascata,
Da fauna, flora e dos montes.

Meus versos surgem da lua,
Das estrelas, do Infinito,
E da nuvem que flutua
No céu azul tão bonito.

Surgem também da Alvorada,
Da calma do entardecer;
De qualquer flor perfumada
Ou de uma planta a crescer.



Vêm do riso da criança,
Do choro de quem padece;
De um brilho de esperança,
Que num olhar aparece.

Nascem da dor e do pranto,
Pois meu coração, coitado,
Nos outros confia tanto,
Que, às vezes, sai machucado.



Vem, meus versos, da aquidade
Que tenho em tudo o que vejo,
Quer numa grande cidade,
Ou num simples vilarejo.

Surgem mesmo de um olhar,
De um sorriso simplesmente,
Quando a mulher quer falar,
Sem falar, do amor que sente.

Mas ouvindo o coração,
Chego à conclusão de que
Toda a minha inspiração,
Nasce mesmo é de você.


Sá de Freitas

A Mais Bela Estrela


Foi numa noite em que eu
me sentia sozinho.

Nessa noite, como sempre fazia,
parei para olhar o céu,
a lua estava tão linda que
não pude deixar de admirá-la.

Eu parecia hipnotizado por sua beleza,
Por seu reflexo na água.

Mas por um minuto, algo mais forte
chamou-me a atenção: era uma estrela
que brilhava mais forte que as outras.

Parecia querer dizer-me algo,
Mas eu era incapaz de entender
E foi nessa hora que eu fiz um pedido àquela estrela.

Pedi que me trouxesse um amigo
E foi então que conheci
a mais bela e brilhante estrela..você


Jorge Pereira

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Para Mim o Amor…



Para mim, o amor é mais ou menos como o sol.
Nasce de manhã cedinho, entra pelas frestinhas da janela iluminando
o quarto e o coração, deixa a vida e os dias mais bonitos.
Aquece as tardes e o peito. O amor nos livra do escuro,
melhora o humor e faz a gente lançar olhares abobalhados
para o horizonte e para o céu.
Faz a gente se despir e seca as roupas no varal.
Se engana quem pensa que ele é constante.
O amor às vezes queima e muda de cor.
Ele pode até enfraquecer em alguns momentos do dia,
mas normalmente ele é forte. O amor está sempre se pondo.
Mas, sabe, eu boto fé nisso: o amor de verdade é igualzinho ao sol.
Ele sempre renasce, mesmo que alguns dias tenham nuvens ou chuva forte.
E brilha até o infinito.


Clarissa Corrêa

O Sonho Adiado


O poeta continua a viagem
Pelo cais dos sonhos...

Mesmo sem a luz do Farol,
Sem a frescura da água
Das bicas do Chafariz,
Não desiste de sonhar...

Percorre o Ginjal
De mão dada com a serenidade
Deixa-se empurrar pelo vento
Naquele carreiro da liberdade

Apesar das paredes cinzentas
Marcadas pelo abandono
Acredita num futuro azul
Inspirado na beleza do Tejo
E no encanto das suas margens

O poeta continua a viagem
Pelo cais dos sonhos...
E promete,
Nunca desistir de sonhar...


Luís Alves Milheiro

Cantiga de Maio


Trago dentro da garganta
As letras do teu nome
Quando um homem se levanta
Grita fúria em vez de fome
Só a força das palavras
Fez do medo esta verdade
Quando é teu o chão que lavras
O arado é liberdade
Meu país vontade corcel de saudade vencida
Meu povo em viagem ganhando a coragem perdida
Meu trigo meu canto meu maio de espanto doendo
Meu abril tão cedo tão tarde meu medo morrendo
Meu amor ausente meu beijo por dentro queimado
Num tempo tão lento tardamos no vento até quando
Até quando?
Trago as palavras desertas
Na canção que eu inventei
E nas duas mãos abertas
Estas veias que rasguei
Por isso o meu sangue corre
Na seiva da primavera
Sou um homem que não morre
Sou um povo que não espera
Meu país vontade corcel de saudade vencida
Meu povo em viagem ganhando a coragem perdida
Meu trigo meu canto meu maio de espanto doendo
Meu abril tão cedo tão tarde meu medo morrendo
Meu amor ausente meu beijo por dentro queimado
Num tempo tão lento tardamos no vento até quando
Até quando?


Joaquim Pessoa

Jerry Garcia



domingo, 15 de maio de 2011

Desistir?


"Eu já pensei seriamente nisso, mas nunca
me levei realmente a sério. É que tem
mais chão nos meus olhos do que
cansaço nas minhas pernas,
mais esperança nos meus passos
do que tristeza nos meus ombros,
mais estrada no meu coração
do que medo na minha cabeça."


Cora Coralina

Charge


A charge de hoje do jornal israelense Yedioth Aharonoth, do cartunista Guy Morad.

Manuel António Pina


Manuel António Pina (Sabugal, 18 de Novembro de 1943) é um jornalista e escritor português, galardoado em 2011 com o Prémio Camões.O autor licenciou-se em Direito em Coimbra e foi jornalista do Jornal de Notícias durante três décadas. É actualmente cronista do Jornal de Notícias e da revista Notícias Magazine.A sua obra é principalmente constituída por poesia e literatura infanto-juvenil. É ainda autor de peças de teatro e de obras de ficção e crónica. Algumas dessas obras foram adaptadas ao cinema e TV e editadas em disco.A sua obra está traduzida em França (francês e corso), Estados Unidos, Espanha (espanhol, galego e catalão), Dinamarca, Alemanha, Países Baixos, Rússia, Croácia e Bulgária.


A tarde estava errada,
não era dali, era de outro Domingo,
quando ainda não tinhas acontecido,
e apenas eras uma memória parada
sonhando (no meu sonho) comigo.
E eu, como um estranho, passava
no jardim fora de mim
como alguém de quem alguém se lembrava
vagamente (talvez tu),
num tempo alheio e impresente.
Tudo estava no seu lugar
(o teu lugar), excepto a tua existência,
que te aguardava ainda, no limiar
de uma súbita ausência,
principalmente de sentido.



Para cá de mim e para lá de mim, antes e depois.
E entre mim eu, isto é, palavras,
formas indecisas
procurando um eixo que
lhes dê peso, um sentido capaz de conter
a sua inocência
uma voz (uma palavra) a que se prender
antes de se despedaçarem
contra tanto silêncio.
São elas, as tuas palavras, quem diz «eu»;
se tiveres ouvidos suficientemente privados
podes escutar o seu coração
pulsando sob a palavra da tua existência,
entre o para cá de ti e o para lá de ti.
Tu és aquilo que as tuas palavras ouvem,
ouves o teu coração (as tuas palavras «o teu coração»)?



Saudade Da Prosa

Poesia, saudade da prosa;
escrevia "tu", escrevia "rosa";
mas nada me pertencia,

nem o mundo lá fora
nem a memória,
o que ignorava o que sabia.

E se regressava
oelo mesmo caminho
não encontrava

senão palavras
e lugares vazios:
símbolos, metáforas,

o rio não era rio
nem corria e a própria morte
era um problema de estilo.

Onde é que eu já lera
o que sentia, até a
minha alheia melancolia?



Amor como em Casa Regresso devagar ao teu
sorriso como quem volta a casa. Faço de conta que
não é nada comigo. Distraído percorro
o caminho familiar da saudade,
pequeninas coisas me prendem,
uma tarde num café, um livro. Devagar
te amo e às vezes depressa,
meu amor, e às vezes faço coisas que não devo,
regresso devagar a tua casa,
compro um livro, entro no
amor como em casa.


Manuel António Pina