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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Arbustos

Áspero amor, violeta coroada de espinhos... Arbusto entre tantas paixões erguidas, Lança das dores, coroa da ira, Por quais caminhos e como te dirigiu a minha alma? Por que precipitaste o teu fogo doloroso, Repentinamente, entre as folhas frias do meu caminho? Quem te ensinou os passos que te levaram a mim? Que flor, que pedra, que fumaça mostraram a minha casa? A verdade é que tremeu a noite apavorante, A aurora encheu todas as taças com seu vinho E o sol estabeleceu a sua presença celeste, Enquanto o amor cruel me cercava sem trégua, Até que padecendo-me com espadas e espinhos, Abriu meu coração um caminho ardente. Pablo Neruda

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