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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
DESEJO
DESEJO
Desejo,desejo vago
de ser a tarde que expira,
ser o salgueiro do lago,
onde a aragem mal respira.
Ser a andorinha que voa
e cai, ser o último raio
de sol...e o sino que soa.
Ser o frescor do ar de maio.
Ser o eco da voz distante
que além se extingue dolente
ou essa folha que ,errante
ao vento,cai docemente...
Ser o reflexo disperso
dum ramo n'água pendido,
fluído e belo como um verso
que cante mas sem sentido!
Ser o silêncio,esta calma.
Breve momento impreciso.
Ser um pouco da tua alma...
um pouco do teu sorriso.
Eduardo Guimaraens
(1892-1928)
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