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quinta-feira, 29 de abril de 2010

TUDO E NADA


Cantei o amor, o sol que acalentou
as ilusões da minha mocidade.
E não tive ambições nem a vaidade
de me julgar aquilo que não sou.

Cantar foi um prazer, uma ansiedade
de enaltecer o amor que nos juntou.
Mas veio a noite; e o sol que me encantou
escondeu-se nas sombras da saudade.

Alongo o olhar. A cerração é densa.
Não vejo nada. A voz ficou suspensa,
bem sei que para sempre me perdi.

Resta-me apenas o prazer profundo
de não ter sido nada para o mundo,
mas de ter sido tudo para ti.


Francisco Espínola de Mendonça

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