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quinta-feira, 16 de setembro de 2010
A CANÇÃO DA SAUDADE
Que tarde imensa e fria!
Lá fora o vento rodopia...
Dança de folhas...
Folhas, sonhos vãos,
que passam, nesta dança transitória,
deixando em nós, no fundo da memória,
o olhar de uns olhos e a carícia de umas mãos.
Ante a moldura de um retrato antigo,
põe-se a gente a evocar coisas emocionais.
Tolda-se o olhar, o lábio treme, a alma se aperta,
tudo deserto... a vide em torno tão deserta
que vontade nos vem de sofrer mais!
Depois, há sempre um cofre e desse cofre
tiramos velhas cartas, devagar...
É a volúpia inervante de quem sofre:
ler velhas cartas e depois chorar.
Que tarde imensa e fria!
Nunca mais te verei...
Nunca mais me verás...
Lá fora o vento rodopia...
Que desejo me vem de sofrer mais!
Olegário Mariano, 1932
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Envelhece-se mais devagar ao anoitecer. A morte enrosca-se, faz uma trégua até que de novo amanheça. Sou um homem nocturno, a luz do dia aumenta o conhecimento da minha escassa eternidade.
ResponderExcluir- Malcom Lowry -
Deixo-te a ternura de um abraço.
Que desejo me vem de sofrer mais!
ResponderExcluirSofrer para quê?..Vê o outro lado da vida...
Beijo