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sábado, 30 de outubro de 2010

VÉSPER....



A noite faz-se bela e iluminada.
Vésper brilhante, a confidente amiga
Surgiu no azul, estrela abençoada
Cujo fulgor os corações abriga!

E, da tela infinita a luz dourada,
Essa luz que consola e que mitiga
A saudade, o pesar, a dor antiga
No eflúvio do céu carícia amada.

Desperta dentro em mim viva lembrança
De ventura que foge e não se alcança,
Por que no mundo é tudo falso e vão

E enquanto pelo céu Vésper fulgura,
Sinto envolver-me a treva da amargura
A noite sem estrela e sem clarão.

Francisca Clotilde. A Estrella, dez de 1915

2 comentários:

  1. Vésper??!!..Fiquei a saber um pouquinho.
    Abraço

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  2. Olá amiga! Passando para te desejar um ótimo domingo e dizer que adorei o soneto, com ênfase para o quarteto abaixo:

    E, da tela infinita a luz dourada,
    Essa luz que consola e que mitiga
    A saudade, o pesar, a dor antiga
    No eflúvio do céu carícia amada.

    Beijos e muita paz pra ti e para os teus.

    Furtado.

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