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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Na Carreira Do Vento


Lá vem o vento correndo
montado no seu cavalo.
Nas asas do seu cavalo
vem um mundo de vassalos,
vem a desgraça gemendo,
vem a bonança sorrindo,
vem um grito reboando,
reboando,reboando.

Lá vem o vento correndo
montado no seu cavalo.
Nas asas do seu cavalo
vem a tristeza do mundo,
vem a camisa molhada
de suor dos desgraçados,
vem um grito reboando,
reboando,reboando.

Lá vem o vento correndo
montado no seu cavalo.
Nas asas do seu cavalo
vem um mundo amanhecendo
vem outro mundo morrendo.
Ligando um mundo a outro mundo
vem um grito reboando,
reboando,reboando.

Lá vem o vento correndo,
os séculos correndo atrás.
Lá vem um grito de Deus
e um grito de Santanás.
Ligando um grito a outro grito
vem o vento reboando,
reboando,reboando.

Lá vem o vento reboando
com seus cavalos-motores
voando nos aviões.
Lá vem progresso, poeira,
carreira,velocidade.
Lá vem nas asas do vento,
o lamento da saudade
reboando,reboando.

Lá vem o vento correndo
montado no seu cavalo.
Quem vem agora é um menino
montado no seu carneiro.
Parai, ó vento, deixai
repousar o cavaleiro.
Mas o vento vem danado
reboando,reboando.


Jorge de Lima

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