VISITANTES

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

SOLITÁRIO


Como um fantasma que se refugia
Na solidão da natureza morta,
Por trás dos ermos túmulos, um dia,
Eu fui refugiar-me à tua porta!

Fazia frio e o frio que fazia
Não era esse que a carne nos conforta...
Cortava assim como em carniçaria
O aço das facas incisivas corta!

Mas tu não vieste ver minha Desgraça!
E eu saí, como quem tudo repele,
- Velho caixão a carregar destroços -

Levando apenas na tumbal carcaça
O pergaminho singular da pele
E o chocalho fatídico dos ossos!


Augusto dos Anjos

Um comentário:

  1. Maravilha minha amiga. Augusto do Anjos, grande poeta paraibano que por infelicidade partiu com apenas trinta anos de idade. Bela escolha. Parabéns!

    Beijos,

    Furtado.

    ResponderExcluir