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quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
HOJE
Hoje,
pendurei no cabide do tempo
as ilusões
que a vida enferrujou...
Além deste muro de descrença
deve haver novos caminhos.
Para lá
seguem os meus passos;
passos de quem segue só.
Já não levo flores
nem verde de esperança
no regaço.
Adivinho segredos na voz do vento
e me sinto menos abandonada.
Será inútil a caminhada
e esta vida, que não foi fútil
será desperdiçada?
Meus passos continuarão;
é longa a estrada:
o que serei, não sei
e do que fui,
hoje não sou nada.
Zoraida Hostermann Guimarães
em 'Ainda há sol atrás da montanha'
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