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sexta-feira, 25 de junho de 2010

SONETO


O quanto perco em luz conquisto em sombra.
E é de recusa ao sol que me sustento.
Às estrelas, prefiro graves dos conventos.

Humildemente envolvo-me na sombra
que veste, à noite, os cegos, monumentos
isolados nas praças esquecidas
e vazios de luz e movimento.

Não sei se entendes: em teus olhos nasce
a noite côncava e profunda, enquanto
clara manhã revive em tua face..

Daí amar teus olhos mais que o corpo
com esse escuro e amargo desespero
com que haverei de amar depois de morto.


Carlos Pena Filho

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