VISITANTES

sábado, 17 de julho de 2010

NO CENTRO DA APARÊNCIA


Repousa no espaço de um olhar. O ar dança na rua.
Sombras e ruídos. As árvores têm uma idade clara.
Vagarosa persistência, a alguns metros do solo.
O enigma está vivo no centro da aparência.
Uma criança designa o mar. Alguém traz uma folha.

Alguém compreende a sede de uma pedra!
Quem estuda a felicidade? Quem define um jardim?
Que linguagem é a do espaço? O que é o sal da sombra?
Esquecemos a linguagem do vento e do vazio
Nunca houve um encontro. Quando será o início?

Vejo a folhagem e os frutos da distancia.
Olho longamente até ao cimo da ternura.
Vivo na luz extrema em todas as direcções.
O pequeno e o grande conjugam-se, consagram-se.
Canto na luz suave e bebo o espaço.


António Ramos Rosa

Nenhum comentário:

Postar um comentário