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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Vitrais


À morte das Cores

Azul é transparência, Amarelo é Sol-posto,
O Branco é quietação, o Gris é ocaso... outono...
O Lilás é um jardim de violetas, em Agosto,
Sonhando os rouxinóis, rezando-me o abandono...

O Verde é oceano ao luar, rastros de caravelas,
O Fosco é o meu torpor, etérea sombra, cisma...
O áureo é crispação de uma Tarde sem velas...
Que vão ritmando, em mágoa, a hora que se abisma.

O Rubro é Salomé, feita a rubis, no poente,
Enlaçando-lhe o corpo um Ângelus de opalas...
Ó celeste audição, colorindo o ocidente!
O último vitral as cores intercala,
Na água-morta a acender a ametista dormente,
Nos diques, em que a nau da morte fez escala...


Ernani Rosas
In Ritus da Cruzitrais

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