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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Guardei-me Para Ti


Guardei-me para ti como um segredo
Que eu mesma não desvendei:
Há notas nesta guitarra que não toquei,
Há praias na minha ilha que nem andei.
É preciso que me tomes, além do riso e do olhar,
Naquilo que não conheço e adivinhei;
É preciso que me ensines a canção do que serei
E me cries com teu gesto
Que nem sonhei.
Havia um coração a ser construído
pelos cantos do mundo sacudido
havia uma paixão despedaçada
pelo choro do mar atravessada
Havia um sono sempre soluçado
e um copo d’água nunca derramado
e uma rua de sol sempre banhada
e uma noite de lua inacabada
Havia um ser de pregos trespassado
e uma clareira em meio ao mar irado
e um grito por espasmos dividido
E nos espinhos rosa concentrada
e nos passeios rosa desfolhada
e nas esquinas coração destruído.


Odylo Costa, Filho

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