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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Decálogo do Artista


I. Amarás a beleza, que é a sombra de Deus sobre o Universo.

II. Não há arte ateia. Embora não ames ao Criador, o afirmarás criando à sua semelhança.

III. Não darás a beleza como isca para os sentidos, se não como o natural alimento da alma.

IV. Não te será pretexto para a luxúria nem para a vaidade, se não exercício divino.

V. Não buscarás nas feiras nem levarás tua obra a elas, porque a Beleza é virgem, e a que está nas feiras não é Ela.

VI. Subirá de teu coração a teu canto e te haverá purificado a ti o primeiro.

VII. Tua beleza se chamará também misericórdia e consolará o coração dos homens.

VIII. Darás tua obra como se dá um filho: tirando sangue de teu coração.

IX. Não te será a beleza ópio adormecido, se não vinho generoso que te estimula para a ação, pois se deixas de ser homem ou mulher, deixarás de ser artista.

X. De toda a criação sairás com vergonha, porque foi inferior a teu sonho e inferior a esse maravilhoso Deus que é Natureza.


Gabriela Mistral
(Tradução de Maria Teresa Almeida Pina)

2 comentários:

  1. Olá, Mara

    Decálogo muito interessante e alguns dos pontos constituirão, certamente, uma inspiração para muitos artistas.

    Beijo

    Olinda

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  2. Para mim...a arte é para ir a todos os lados,
    quantos mais ...melhor....Incluindo as Feiras...
    Beijo

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