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quinta-feira, 1 de outubro de 2009

PIANO DE BAIRRO


Piano de Bairro

Na rua sossegada onde moro, - à tardinha,
quando em sombras o céu lentamente escure,
- um piano solitário, em surdina, - parece
acompanhar ao longe a tarde que definha...

Nessa hora, em que de manso a noite se avizinha,
seus acordes pelo ar tem murmúrios de prece...
- Ah! Quem não traz como eu também, na alma sozinha,
um piano evocativo que nos entristece?

Há sempre um velho piano de bairro, esquecido
na memória da gente, - e que nas tardes mansas
sonoriza visões de outrora ao nosso ouvido.

Seus monótonos sons, seus estudos sem cor,
repetem no teclado branco das lembranças
o inconcluso prelúdio de um longínquo amor!


J. G. de Araujo Jorge

Um comentário:

  1. Passei para agradecer pelas tuas gentis visitas, bem como os teus belos comentários. Isso só me estimula a continuar.

    Mais uma vez, sempre feliz na escolha. Grande J. G. de Araujo Jorge.

    Beijos,

    Furtado.

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