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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

ESTANTE DO TEMPO



Estante do tempo

As tuas mãos nervosas, quentes, largas,
harpejam nos meus sentidos
a música ideal da emoção.

Para os teus dedos criadores,
sou o piano mágico vibrando
ao influxo de tua ardente inquietação.

Tuas mãos frementes,
arrancam angústias sonorizadas
de meus nervos,
que se retesam como cordas harmoniosas.

Tuas mãos imperiosas,
tuas mãos rebeldes,
cantam silenciosas aleluias de gestos,
quando compõem poemas de volúpia,
gritos incontidos de alegria pagã,
correndo ligeiras,
leves,
torturantes,
no teclado branco de meu corpo...


Poema das tuas mãos
Violeta Branca (1915-2000)

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