VISITANTES

sábado, 7 de novembro de 2009

ROMANCE DE D. PEDRO E D. INÊS




Era seu colo de neve
tocado daquela graça
do contorno mais breve
onde o conflito se enlaça.

Morta, em sua fronte uma constelação
era presságio de ritual macabro
duma coroação.

O que bebera em sua carne a claridade
que dos deuses escorre para a mais pura taça

partiu com mãos de tempestade
apressando com ira
e com desgraça
a fatalidade que os ungira.

E só parou quando mudo no espanto
onde o enlevo da morte se adivinha
O fim do mundo ficou esperando
aos pés da mais fantástica rainha.


(Natália Correia, 1971)

Um comentário: