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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

OUTONO


As correntezas da vida e os restos do meu amor
resvalam numa descida... como a da fonte e da flor...

(Vicente de Carvalho)


As folhas ao cair, evocam a brevidade dos nossos dias. O outono das pinceladas de azul-água, a coloração acinzenta do céu e a timidez e sofrimento das árvores despidas, imploram-nos uma introspecção e reflexão sobre este viver cíclico, sempre em transformação e numa velocidade alucinante.
(A.Canotilho)

Meu olhar repousa sobre uma dessas pequeninas folhas de outono,
que insiste em permanecer no ar, como se ainda lhe restasse
uma leve esperança de não esmorecer de vez no chão úmido,
salpicado por centenas de outras folhinhas em decomposição,
já se entregando ao ciclo implacável da natureza.

O arvoredo transpira as carícias dos ninhos,
e o vento a cirandar na curva das estradas
eleva o folharéu no espaço em redemoinhos...


(Araujo Jorge)



"O amor muda como as folhas das árvores no outono.
E, se eu for capaz de entender isto, serei capaz de amar."

(Emily Brönte)

Que nossas almas possam refletir a paz do universo
como o reflexo das árvores
numa tarde límpida de outono...


Longos soluços dos violinos de outono
Ferem meu coração com langor monótono...
E choro, quando ouço, ofegando, bater a hora,
lembrando os dias, as alegrias e ais de outrora.
E vou-me ao vento que, num tormento
me transporta de cá para lá, como faz a folha morta.


(Verlaine)

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