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sexta-feira, 12 de março de 2010

EU QUERIA TANTO TE AMAR NESSE MOMENTO


Eu queria te amar nesse momento
quando a luz do quarto se apagasse
e pudéssemos enxergar na penumbra
nossos vultos trêmulos
desenhados na luz do silencio
que eu pudesse sentir suas mãos
em meu corpo
bordando carícias intermináveis
e beber na sua boca
aquele sumo do amor-desejo
movendo meus lábios
na ânsia continua
de um demorado beijo

Eu queria te amar nesse momento
que suas mãos pequenas e ternas
desnudassem meu corpo
e a cada peca, um enroscar de línguas
uma quentura de cio
seus cabelos em minhas mãos
presos em meus dedos
seus olhos pedintes fechando-se
por um momento
deixando-me beijar suas palavras mudas
e roçar meus lábios em seu rosto
e deixar fluir este amor de meus poros
como catarata de águas doces

Eu queria te amar tanto nesse momento
quando as palavras nada conseguem dizer
mas o coração bate forte
e os sentidos se eletrizam
e os corpos se esfregam
e as mãos tocam, e os braços enlaçam
e substituindo a voz
ouve-se os suspiros, e os gemidos abafados
uma garra do querer-se até exaurir-se
quando tocam-se os sexos úmidos
e as coxas se abrem permissivas
e há a urgência da invasão, do ataque,
do mover-se dos corpos
em movimentos sequênciais

Eu queria te amar em suave alumbramento
de olhos fechados, na febre desse silencio
aqui e agora, neste exato momento...

Mary Fioratti

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