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segunda-feira, 31 de maio de 2010
MADONA DA TRISTEZA
Quando te escuto e te olho reverente
E sinto a tua graça triste e bela
De ave medrosa,tímida,singela,
Fico a cismar enternecidamente.
Tua voz, teu olhar, teu ar dolente
Toda a delicadeza ideal revela
E de sonhos e lágrimas estrela
O meu ser comovido e penitente.
Com que mágoa te adoro e te contemplo,
Ó da piedade soberano exemplo,
Flor divina e secreta da Beleza.
Os meus soluços enchem os espaços
Quando te aperto nos estreitos braços,
Solitária madona da Tristeza.
Cruz e Sousa
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