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quinta-feira, 19 de agosto de 2010
A CONCHA
Talvez te seja inútil minha vida,
Noite; fora do golfo universal,
Como concha sem peróla, perdida,
Me arremessaste no teu areal.
Moves as ondas, como indiferente,
E cantas sem cessar tua melodia.
Mas hás de amar um dia, finalmente,
A mentira da concha sem valia.
Jazer só a seu lado pela areia
E pouco faltar para que a escondas
Nessa casula onde ela se encandeia
à sonora campânula das ondas,
E as paredes da frágil concha, pouco
a pouco, se encherão do eco da espuma,
Tal como a casa de um coração oco,
Cheio de vento, de chuva e de bruma...
Ossip Mandelshtam
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Adoro conchas....tipo búzio??
ResponderExcluirBeijo