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segunda-feira, 1 de março de 2010

JANELA ABERTA...



Subiam do silêncio do jardim,
para a janela aberta do aposento,
perfumes brancos, de jasmim...
Dentro, num ritmo sonolento,
alguém abria o luar de um noturno nevoento
sobre o teclado de marfim.

Depois, um beijo alto e violento...
E houve por tudo um estremecimento,
uma angústia de fim...
E o beijo, num momento,
misturou-se ao perfume do jasmim
e ao noturno nevoento
que ressoava no aposento...

Hoje, para evocar o que passou, assim
como tudo que passa ao vento,
alguém acorda no teclado de marfim
um noturno nevoento...
E, da janela do aposento
sobre o siêncio do aposento
sobre o silêncio do jardim,
procura aquele beijo violento
num perfume de jasmim...


Onestaldo de Pennafort

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