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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Não Há...


Não há
homem ou mulher que por acaso
não se tenha olhado ao espelho
e se surpreendido
consigo próprio.
Por uma fracção de segundo
a gente se vê
como a um objecto
a ser olhado.
A isto
se chamaria talvez
de narcisismo,
mas eu chamaria de:
alegria de ser.
Alegria de encontrar
na figura exterior
os ecos
da figura interna:
ah, então é verdade

que eu não me imaginei,
eu existo.


Clarice Lispector

3 comentários:

  1. que eu não me imaginei,
    eu existo.

    Claro que sim....qual a dúvida??

    Beijo

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  2. Oi Mara!
    Lindo poema... grande Clarice!
    Beijo azul!
    RO

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  3. Oi Mara! Foste muito feliz quando na escolha. Em tratando-se da grande Clarice Lispector, dispensa comentários.

    Beijos,

    Fuirtado.

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