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sexta-feira, 26 de março de 2010
E O AMOR ...
E o amor é então todo o longínquo
ardor? O à espera eterno e a solidão
que nele nasce e dele vai até
mais não ser que o relembrar anterior?
Ah, mas se o amor fosse tudo em si...
A lágrima e o riso, o verbo e a carne,
se o amor sonhasse na claridade
e sem ela não fosse um maior sonho...
Aí vem a névoa, aí vem o sopro
da vida a levantar o dolorido
princípio sem fim do talvez, do quase...
E o amor é então todo o longínquo
ardor, o eterno à espera e a solidão
que nele nasce e morre, nasce e morre.
António Salvado, in "Recôndito"
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muito belo este poema
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