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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Aos Chorões...


Chorões da praia de Belas
Molhando as folhas no rio.,
sois pescadores de estrelas
ao crepúsculo tardio.

O mais velhinho, já torto
ao peso de tantas mágoas
lembra um pensamento absorto
debruçado sobre as águas.

Salgueiros trêmulos, belos,
meus camaradas tão bons,
diz o poeta, violoncelos
onde o vento acorda os sons.

Sois, à beira da enseada,
um bando de poetas boêmios,
e fitais na água espelhada
vossos companheiros gêmeos…

Mas se alguma brisa agita
a copa descabelada,
ondula, salta, palpita
vossa imagem assustada…


Augusto Meyer

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