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domingo, 26 de setembro de 2010
Biografia - Caio Fernando Abreu -
Caio Fernando Loureiro de Abreu (Santiago, 12 de setembro de 1948 — Porto Alegre, 25 de fevereiro de 1996) foi um jornalista, dramaturgo e escritor brasileiro.
Apontado como um dos expoentes de sua geração, a obra de Caio Fernando Abreu, escrita num estilo econômico e bem pessoal, fala de sexo, de medo, de morte e, principalmente, de angustiante solidão. Apresenta uma visão dramática do mundo moderno e é considerado um "fotógrafo da fragmentação contemporânea".
Tenho urgência de ti, meu amor. Para me salvar da lama movediça de mim mesmo.
Para me tocar, para me tocar e no toque me salvar.
Preciso ter certeza que inventar nosso encontro sempre foi pura intuição, não mera loucura.
Ah, imenso amor desconhecido.
Para não morrer de sede, preciso de você agora,
antes destas palavras todas cairem no abismo dos jornais não lidos
ou jogados sem piedade no lixo.
Do sonho, do engano, da possível treva e também da luz, do jogo, do embuste:
preciso de você para dizer eu te amo outra e outra vez.
Como se fosse possível, como se fosse verdade,
como se fosse ontem e amanhã.
"Na terra do coração passei o dia pensando:
-coração meu, meu coração.
Pensei e pensei tanto que deixou de significar uma forma, um orgão, uma coisa.
Ficou só com
-cor, ação-repetido, invertido.
ação, cor-sem sentido-couro, ação e não.
Quis ve-lo, escapava.
Batia e rebatia, escondido, no peito.
Então fechei os olhos, viajei.
E como quem gira um caleidoscópio, vi:
Meu coração é um sapo rajado, viscoso
e cansado, á espera do beijo prometido
capaz de transformá-lo em príncipe."
Quando nada mais houver,
eu me erguerei cantando,
saudando a vida
com meu corpo de cavalo jovem.
E numa louca corrida
entregarei meu ser ao ser do Tempo
e a minha voz à doce voz do vento.
(...) e vimos uma margarida
e nem sequer era primavera
e disseste que margarida era amarelo e branco
e eu disse que branco era paz
e disseste que amarelo era desespero
e dissemos quase juntos
que margarida era então desespero
cercado de paz por todos os lados.
"Quero te dar chuva de flores pela manhã.
E quando quiseres podes
vir colher sorrisos
direto do quintal da
minha alma... "
- Caio Fernando Abreu -
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Oi Mara! Estive meio afastada esta semana... Fiquei uns dias sem passar por aqui.
ResponderExcluirRegresso agora e com este belo post! parabéns e obrigada pela partilha.
"E numa louca corrida
entregarei meu ser ao ser do Tempo
e a minha voz à doce voz do vento..."
Lindo...
Meu desejo de uma feliz semana!
Ro
Ameei'
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