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sábado, 29 de maio de 2010

BARALHANDO RECORDAÇÕES


Baralhando recordações
deparei-me com a tua.
Não doía.
Tirei-a do estojo,
sacudi-lhe as raízes
ao vento,
pu-la a contraluz.
Era um vidro polido
reflectindo peixes de cores,
uma flor sem espinhos
que não ardia.
Atirei-a contra o muro
e soou a minha sirene de alarme.
Quem lhe apagou o lume?
Quem derrancou o fio
à minha lança-recordação
que eu tanto amava?


Claribel Alegria
Trad. A.M.)

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