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quinta-feira, 27 de maio de 2010
E SE AINDA HOUVER AMOR ...
E se inda houver amor eu me apresento,
E me entrego ao princípio do oceano,
E se me atinge a onda, úmida eu tremo
esquecida de insones desenganos.
E se inda houver amor eu me arrebento
feliz, atravessada de esperança
e mesmo lacerada inda assim tento
quebrar com meu amor todas as lanças.
E se inda houver amor terei alento
para aguentar o inútil destes anos.
E não me matarei, sonhando o tempo
em que me afogarei no seu encanto
E se inda houver amor, ah, me consente
ser pasto de tua chama, astro medonho.
e se inda houver amor, eu simplesmente
apago esta ferida do meu sono.
Lucila Nogueira Rodrigues
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