VISITANTES

quinta-feira, 27 de maio de 2010

SAUDADE


Depois de tanto tempo, a saudade
É uma lembança ténue, uma quimera
Que no pensamento fica, e espera
De si mesma, de alguma outra realidade

Já não é disto ou daquilo, a eternidade
Esta saudade que nos acompanha, e se preza
Nos faz olhar p’ra vida, sua natureza
É o único rasto que nos ficou da felicidade

Como o vinho que nos oferece, o seu torpor
Nos confunde, nos empresta numa clareza
Nos rouba a nós mesmos com seu ardor

Ah, saudade, só tu és concerteza
a Ilha eterna num mar de dôr
Neste cálice bebo, esta tristeza


by Jorge Pereira

Nenhum comentário:

Postar um comentário