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terça-feira, 25 de maio de 2010
BURITI , MINHA PALMEIRA
Buriti, minha palmeira,
é de todo viajor...
Dono dela é o céu sereno
dono de mim é o meu amor...
Buriti dos Gerais verdes,
quem te viu quer te ver mais:
pondo o pé nas águas beiras
- buriti, desses Gerais...
Buriti, minha palmeira,
toda água vai olhar.
Cruzo assim tantas veredas,
alegre de te encontrar...
Buriti, minha palmeira,
nas estradas do Pompéu –
me contou o seu segredo:
quer o brejo e quer o céu...
Buriti – boiada verde,
por vereda, veredão –
Vem o vento, diz: - Tu fica!
- Sobe mais... te diz o chão...
(...)
Buriti me disse adeus,
conselhos não quis me dar:
- Vendi verdes por mais verdes,
aprendi de tanto amar.
Buriti me deu conselho
Mas adeus não quis me dar:
amor viaja tão longe,
junta lugar com lugar
Nem adeus e nem conselho
Buriti não quis me dar:
Quando um amor vai morrendo,
tem outro amor por chegar...
João Guimarães Rosa
in No Urubuquaquá, no pinhém
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Linda letra!
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